Assembleias vão definir próximos passos das campanhas salariais de mídia impressa

assembleiasA mobilização dos trabalhadores da notícia, nas últimas duas semanas, coloca a categoria dos jornalistas em um novo patamar de luta contra o patronato no Ceará. A unidade mostrada pelos profissionais se espalhou pelas três redações de impresso, que participam e apoiam uma mobilização histórica. Enquanto os patrões endurecem o discurso, com proposta de reajuste abaixo da inflação, a categoria responde com a realização de assembleias por local de trabalho, para discutir os rumos das duas campanhas salariais de mídia impressa. Além do dissídio, a proposta de decretação de estado de Greve se desenha como opção para os jornalistas.

Conforme deliberado pelos jornalistas cearenses nas plenárias realizadas nos jornais O Povo (dia 29/11) e Diário do Nordeste (dia 30/11), o Sindicato dos Jornalistas convoca os profissionais empregados em jornais, revistas e assessorias de imprensa para assembleias nos dias 7 e 8 de dezembro. Entre as principais pautas: a deliberação de Estado de greve, com rodadas de mobilizações crescentes até se estabelecer uma greve por tempo indeterminado.

“A luta é o único caminho para mantermos nossa dignidade e buscar melhores condições de trabalho e salários dignos”, afirmou um profissional do jornal O Estado, cujo nome será preservado. A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), Samira de Castro, concorda e acrescenta que “a realidade está mostrando que não existe acordo individual, a saída para a conquista de direitos é coletiva”. “Apenas o enfrentamento aos donos de empresas podem nos garantir avanços”, pontua.

Desde o fechamento da última Convenção Coletiva, em dezembro de 2015, foram realizadas três reuniões com os representantes das empresas de jornal e revista, sendo duas na presença do Ministério Público do Trabalho (MPT), mas não houve avanço em nenhuma delas.  Em paralelo, o Sindjorce conversou com um dos proprietários do jornal O Estado, Ricardo Palhano, que procurou o advogado Mauro Sales para intermediar nova proposta de reajuste. A presidente do Sindjorce também falou com Mauro Sales em uma das plenárias realizadas na porta do O Povo. Mas a resposta oficial do sindicato patronal foi um ofício, datado de 29 de novembro, em que as empresas mantêm os 5% de reajuste salarial.

“O fosso que separa a riqueza dos patrões do nosso padrão de vida nunca foi tão grande. Abrimos mão de ganho real e de outras reivindicações. Pleiteamos 9,88% de reposição salarial aceitando, inclusive, um parcelamento do pagamento do retroativo. Não temos como pagar a conta da crise”, avalia Samira de Castro.

“É justamente nos momentos de crise que trabalhadores e patrões entram em choque de forma mais clara e aguda, é neste momento em que os empresários tentam ampliar ainda mais seus ganhos”, avalia o secretário-geral do Sindjorce, Rafael Mesquita. “Por isso, a categoria reforça a unidade, com articulações por locais de trabalho, construindo atividades que possam dar o recado às empresas de forma mais contundente”, afirma.


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