Ceará continua liderando casos de violência contra jornalistas no Nordeste

O Ceará lidera, pelo quinto ano consecutivo, o número de casos de violência contra jornalistas registrados na Região Nordeste. Com sete ocorrências em 2017, o Estado alcança a quinta posição nacional, empatado com o Paraná, conforme o Relatório da Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e divulgado semana passada, no Rio de Janeiro. Em 2016, o Ceará também ocupou a quinta posição nacional.

A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) e segunda tesoureira da FENAJ, Samira de Castro, ressalta que, desde 2015, o Estado registra sete casos de violência por ano. “Portanto, não houve aumento das ocorrências notificadas. Mas a situação das condições de segurança no exercício profissional continua nos preocupando, tanto pela falta de adoção das comissões de segurança nas redações, para avaliar os riscos das pautas, quanto pela ausência de treinamentos frequentes e uso de Equipamentos de proteção Individual (EPIs) certificados e corretos”, comenta.

Foram registrados no Ceará, ao longo do ano passado, um caso de agressão verbal, cinco de ameaças/ intimidações, e um de violência contra a organização sindical. “Reconhecemos a deficiência em levantar de maneira mais precisa algumas formas de violência durante o exercício profissional, uma vez que, mesmo oficiadas, as empresas jornalísticas não comunicam ao Sindjorce os casos. Além disso, os empregadores não orientam as equipes a registrar boletim de ocorrência”, reconhece.

No país, violência cai, mas ainda preocupa

O Brasil continua a ser um país violento para o exercício do Jornalismo, ainda que o número de casos de agressões tenha diminuído em 2017, em comparação com o ano de 2016. Foram registrados 99 casos de violência contra a categoria, 38,51% a menos do que em 2016, quando houve 161 agressões. O total de vítimas foi de 130 jornalistas, visto que em várias ocorrências, mais de um profissional foi agredido.

Além do número geral de casos de violência ter diminuído, em 2017 nenhum jornalistas foi assassinado em decorrência do exercício da profissão. No ano anterior (e também em 2015) foram registrados duas mortes de jornalistas em razão das denúncias que faziam em suas atividades profissionais.

Blogueiro cearense assassinado

Também houve uma queda expressiva no número de assassinatos de outros profissionais da comunicação, em comparação com o ano anterior. O blogueiro Luís Gustavo da Silva, 26 anos, foi assassinado na cidade de Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (CE). Em 2016, foram assassinados dois radialistas, dois blogueiros e um comunicador popular, totalizando cinco mortes.

O assassinato do blogueiro Luís Gustavo está citado neste Relatório para efeito de registro, mas não foi somado aos números totais de ocorrências de violência contra jornalistas, visto que a vítima não pertencia à categoria profissional. Constam ainda dos relatos, com finalidade de registro mas sem serem computados, os assassinatos de três jornalistas sem relação com o exercício profissional do Jornalismo.

A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas denunciaram, durante todo o ano, as agressões ocorridas e pressionaram as autoridades competentes para que houvesse apuração e punição dos culpados. Também cobraram das autoridades da segurança pública, em nível federal e estadual, e das empresas empregadoras a adoção de medidas de proteção aos profissionais. Infelizmente, as empresas empregadoras têm se recusado a incluir nos acordos/convenções coletivas cláusulas que tratem da proteção dos jornalistas.


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