Desenvolvimento de aplicativo de serviço para informação sobre prevenção ao zika vírus, especial sobre as arboviroses, com ênfase nos direitos reprodutivos e direitos sexuais, e campanha para o enfrentamento à violência de gênero foram algumas das estratégias em comunicação com informação qualificada sugeridas pela turma de jornalistas do Curso de Comunicação, Saúde e Direitos das Mulheres encerrado ontem, 12 de dezembro, em Fortaleza. A ação, promovida pela ONU Mulheres em acordo de cooperação técnica com a Fundação Ford, teve uma etapa extra na Capital cearense por meio de uma parceria com o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce).
Além da atividade pedagógica para aplicação do conteúdo debatido no primeiro dia de curso, o programa incluiu o módulo sobre plataformas digitais, leitura crítica da mídia e treino para identificação de fontes qualificadas a partir de uma entrevista com Martír Silva, advogada e ativista feminista e da luta anti-racismo.
“Precisamos concentrar esforços para vencer obstáculos como o racismo institucional e a exclusão econômica que nos retiram direitos e tentam colocar a população negra em situação que nega a nossa existência. É necessária insurgência para mostrar que estes sujeitos existem”, destacou Martír Silva, que também chamou a atenção sobre a violência do racismo institucional que impede o acesso a direitos fundamentais como a saúde.
Parcerias
O Curso de Comunicação, Saúde e Direitos das Mulheres foi realizado em mais quatro capitais brasileiras de 16 de outubro a 17 de novembro: Rio de Janeiro, Natal, Salvador e Recife. Com o objetivo de preparar jornalistas, comunicadoras e ativistas para o enfrentamento à tríplice epidemia (dengue, chikungunya e zika ) e o seu impacto sobretudo sobre o cotidiano de mulheres negras e indígenas, a atividade foi desenvolvida em módulos teóricos e atividades pedagógicas totalizando 12 horas de formação.
Devido às características diferenciadas na produção e uso de plataformas, nas quatro capitais da primeira etapa do curso, foram organizadas duas turmas distintas. A de jornalistas foi direcionada a repórteres, editoras, editores, produtoras e produtores e a voltada a comunicadoras e comunicadores incluiu blogueiras, blogueiros, vlogueiras, vlogueiros e ativistas das redes de mídia alternativa. Fortaleza integrou uma etapa adicional do curso apenas com a turma para jornalistas.
Além da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ) o curso contou com a participação de outras agências da ONU e uma rede de entidades parceiras: Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras, Artigo 19, Blogueiras Negras, Intervozes, Instituto Patrícia Galvão, Rede Mulher e Mídia, Repórteres sem Fronteiras, Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), OPAS/OMS (Organização Pan-americana e Saúde/Organização Mundial da Saúde). O curso acontece com apoio das ONGs Criola, Kilombo, Mirim e Odara; dos sindicatos de Jornalistas da Bahia, Município do Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Norte; e das instituições de ensino Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Católica de Pernambuco e Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Estácio FIB, Centro de Estudos Afro Orientais da Ufba (Ceao) e das empresas de comunicação digital Google e Facebook.
Fonte: ONU Mulheres