Em Dia de Luto, jornalistas do Ceará deliberam por paralisações na semana que vem

Jornalistas de vários veículos de comunicação e assessorias de imprensa no Ceará foram trabalhar vestidos de preto, na quarta-feira (11/10), para protestar contra o descaso dos donos da mídia e por reajuste salarial digno. A categoria atendeu à mobilização realizada pelo Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), no Dia de Luto e Luta Unificada, que objetivou tirar do impasse as campanhas salariais de mídia impressa e eletrônica.

A diretoria do Sindjorce visitou a redação da TV Jangadeiro que foi a primeira a se mobilizar e conseguiu arrancar das empresas uma nova proposta para fechamento de uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de dois anos. Os trabalhadores aprovaram, em votação no local de trabalho, a proposta de 5% de reajuste salarial em 2017 e INPC mais 1% de ganho real em 2018.

Clima de revolta e novas atividades

A redação do jornal O Povo, um dos mais antigos em circulação no Estado, aderiu em peso a atividade. Um ato foi realizado na porta da empresa, cuja direção não autorizou a entrada da diretoria do Sindjorce para dialogar com a categoria. “O clima nas redações das empresas é de grande revolta e indignação dos trabalhadores”, afirmou o diretor de Ação Sindical, Evilázio Bezerra.

Durante a plenária realizada no O Povo, a categoria recusou, mais uma vez, a proposta patronal de 4% de reajuste referente à Campanha Salarial 2016/2017 e 1,73% para 2017/2018. Os jornalistas deliberaram pela realização de novas atividades na semana que vem, com paralisações na terça, quarta e quinta-feira.

A próxima manifestação dos jornalistas será na terça-feira, 17 de outubro, às 15h30. “Vamos parar meia hora e aguardar uma sinalização da empresa e do sindicato patronal de que quer realmente negociar”, afirmaram os trabalhadores do Grupo O Povo. “É inadmissível que as empresas sequer mandem uma proposta por escrito”, disseram os colegas.

Mobilização das mídias sociais

Durante todo o dia, jornalistas que atuam em veículos públicos e assessorias de imprensa enviaram mensagens ao Sindjorce, com suas fotos de preto e palavras de protesto, por valorização profissional, salários dignos e respeito aos direitos. “Muitos publicaram as fotos em seus perfis nas mídias sociais digitais”, comenta a presidente do Sindjorce, Samira de Castro.

Um dos depoimentos mais emocionantes foi o da jornalista Jane Eyre Queiroz. Ela escreveu em seu perfil no Facebook o orgulho de ter escolhido a profissão de jornalista e da necessidade de vestir preto e lutar por direitos. “… batizei minha carteira de trabalho com o carimbo do diploma recebido. Orgulhei-me por isso. Corri para o nosso Sindicato e falei: Quero ser sócia, quero minha Carteirinha Profissional (minha identidade), e quero também fazer a diferença!”, escreveu.

Já a assessora de imprensa Lúcia Ribeiro afirmou que sonha com dias melhores e respeito à classe, o que só virá com muita luta. “A luta continua! Sou jornalista por formação com muito orgulho… Estou de preto sim, uma forma de protesto da categoria, pois lutar é preciso”, disse em seu perfil no Facebook.


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