Em Sessão Solene, presidente do Sindjorce destaca luta pela valorização da categoria

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou, na terça-feira (09/04), Sessão Solene em homenagem ao Dia do Jornalista. A solenidade foi proposta, através do requerimento 004/2019, de autoria do vereador Plácido Filho (PSDB), aprovado por unanimidade pelo plenário da Casa. A Sessão foi presidida pelo vereador Plácido Filho, no ato representando o presidente da CMFor, vereador Antônio Henrique (PDT). A mesa solene contou com as presenças de Samira de Castro, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado Ceará (Sindjorce) e segunda tesoureira da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Salomão de Castro, presidente da Associação Cearense de Imprensa (ACI) e Ítalo Lima, diretor da TV Fortaleza.

Em sua saudação aos homenageados e a todos os presentes, o vereador Plácido Filho destacou a alegria de homenagear os jornalistas. “Prestar essa homenagem é reconhecer o trabalho de cada profissional. Tenho maior admiração pelos comunicadores, que enfrentam vários obstáculos em busca do mundo melhor. O jornalista não tem o poder de mudar o mundo, mas se todos tivessem a vontade de mudança dele, viveríamos num mundo mais justo”, disse.

Ressaltou que é lugar-comum acreditar-se que todo politico tem medo de jornalista, “eu não carrego isso. O bom homem publico tem que trabalhar pela mudança de paradigmas. A importância que cada um que vocês tem no papel que desempenham. Cada um dos colegas que receberão a homenagem representa toda a categoria. Rogério Gomes, Paulo Dalla Porta, Caio César e Isabella Martin. Quem é jornalista tem que ter no peito essa missão de bem informar a população. Mas sabemos que existem muitos obstáculos, como o mercado de trabalho que nem todos valorizam como deveriam, sem falar da responsabilidade que cada um carrega pois trabalham com informação”, frisou.

Falou também da responsabilidade dos profissionais que trabalham com assessoria de imprensa, pois precisam zelar pelo seu assessorado. “É árdua a batalha, quero agradecer pelo empenho de cada um de vocês. E a luta pela valorização da categoria deve ser permanente. Nunca deixem que a chama se apague. Quero firmar meu compromisso em ser uma voz ativa na defesa dos jornalistas e termos uma sociedade mais íntegra e correta”, asseverou.

Homenagens

Em seguida, foram feitas as homenagens da noite para os jornalistas: Rogério Gomes de Norões; natural de Crato e vive em Fortaleza há 35 anos. Bacharel em Comunicação Social pela UFC. Começou na Rádio Universitária, trabalhou na TV Verdes Mares, TV Manchete e Rede TV. Trabalhou 24 anos no jornal O Povo. Atualmente é repórter da TV Cidade de Fortaleza e faz matérias para a Record News, entre outras atividades

Paulinho José Dalla Porta, é gaúcho de Santa Maria. Jornalista desde 1968. Trabalhou na Rádio Guaíba, em Porto Alegre; na Rede Globo em São Paulo e em Belo Horizonte. No Ceará atuou na Rádio O Povo, Rádio e TV Verdes Mares e desde 1991 é jornalista da Câmara Municipal de Fortaleza atuando como repórter e apresentador da emissora da Casa.

Caio César Silva do Santos, começou Aracati aos 13 anos na área de rádio. Atuando na área esportiva na Capital, cobriu três Copas do Mundo (África do Sul, Rússia e Brasil); Copa América na Argentina e Chile e a Copa das Confederações. Trabalhou na TV Verdes Mares e na TV Diário em em redes de TV por assinatura. Atualmente dedica-se as narrações esportivas nas redes sociais, valorizando a cultura nordestina, além do esporte.

Isabelle Lopes Martin, representada pelo jornalista Diego Lage, trabalhou jornal O Povo, assessora parlamentar e correspondente do Jornal O Globo. Desde 2011 está como diretora de jornalismo da TV Jangadeiro.

Em nome dos homenageados falou o jornalista Rogério Gomes, que agradeceu pela deferência a seu nome. “Sou do interior do estado, De Crato. Me formei na UFC e tive a oportunidade de me estabelecer na área de comunicação em Fortaleza. Tive oportunidade de ser diretor do Sindicato dos Jornalistas, e essa passagem, dia 7 de abril, acho importante agente fazer uma referência da defesa da nossa profissão, cada vez mais precarizada nos ambientes de trabalho. Lembrando da importância do que é ser profissional de jornalismo, que tem um papel fundamental na sociedade, principalmente na área política. Gostaria de me colocar ao lado dos meus colegas, somos representantes de uma categoria que batalha no dia a dia” ressaltou.

Rogério destacou que na faculdade muita gente coloca a profissão como ar de glamour, status, mas para ele, a profissão passa um pouco distante dessa glamourização. “Nossa missão é árdua, todos sabem a impronúncia da captação, o impacto que as notícias causam no dia a dia, e a responsabilidade que o profissional tem de fazer isso todo dia. Quem já trabalha nessa área sabe das dificuldades. Muitas vezes a profissão não é devidamente remunerada como deveria ser. Muitos profissionais passam muitos anos para se estabelecer e conseguir dar uma vida mais digna para suas famílias, precisam ralar muito. Essa precarização vem se agravando com a dificuldades dos profissionais de se manterem na área. Por isso, o próprio Sindicato vai criar uma cooperativa para auxiliar os profissionais que estão fora do mercado de trabalho,” detalhou

Segundo ele, muitos profissionais estão buscando outras atividades. Pontuou que cada vez que o poder publico tem oportunidade de abrir sua agenda para homenagear a categoria e discutir as dificuldades, é extremamente legítimo. “Quero agradecer a iniciativa do vereador Plácido Filho e fazer com que o profissional seja lembrado. Só temos a agradecer e torcer que as portas estejam sempre abertas para que os jornalistas discutam a melhoria da profissão”, concluiu.

Luta pela liberdade de expressão e valorização

A presidente do Sindjorce, Samira de Castro fez um cumprimento especial a assessoria de comunicação do vereador Plácido Filho e a todos os profissionais que fazem parte dos meios de comunicação da Câmara, seja da Agência Fortaleza, TV e Rádio. “Quero focar minha fala, na memória de três jornalistas brasileiros: Audálio Dantas, primeiro presidente eleito da Federação Nacional dos Jornalistas; Wladimir Herzog, torturado e morto na ditadura militar, e Messias Pontes, jornalista cearense que também foi preso e torturado na ditadura. Quero evocar a memória desses três jornalistas, diante do revisionismo que o país passa, para lembrar a cada um de nós, que foi preciso que eles lutassem bravamente antes de nós e defendessem o jornalismo para termos hoje a liberdade de expressão,” destacou.

Observou que hoje até parece que o jornalista é um profissional a ser combatido. “Nossa dor, nossa luta não sai no jornal. Nesse 7 de abril, queria ressaltar uma figura de Audálio Dantas, por ter denunciado o assassinato de Wladimir Herzog, mas gostaria de ressaltar a coragem do nosso colega Kaio Cézar de denunciar o assédio moral. Estamos em plena campanha salarial, há mais de seis meses sem reajuste. A sociedade não conhece nosso drama, somos pais de família com a profissão precarizada. O jornalista precisa se capacitar. No momento que essa casa abre suas portas para homenagear a classe, temos que ressaltar e valorizar o trabalho do jornalista profissional, pois isso é uma demanda da sociedade e uma necessidade coletiva. Nós estamos exigindo respeito e a todos jornalistas digo que o Sindicato vai trabalhar para esse respeito ser colocado em prática,” detalhou.

Em seguida falou o jornalista Salomão de Castro, presidente da ACI, destacando dois profissionais com quem trabalhou: o Paulo Dalla Porta, na época que trabalhou no Diário do Nordeste e o Rogério Gomes, no O Povo. “Nesse momento a reflexão que agente tem que fazer perpassa por várias questões, tem algo que sempre mexe muito comigo quando se refere a nossa função, temos que fortalecer as entidades representativas da categoria. Sozinhos nosso poder é muito pequeno. As entidades têm esse papel de mobilização e busca por melhorias e isso se divide em situações distintas. O Sindicato tem papel maior de cobrança e enfrentamento. As outras entidades têm outras funções”, observou.

Frisou que os sindicatos surgiram das associações. “A ACI comemora 91 anos em julho. Uma das mais antigas. Ela, como as demais perderam suas funções representativas e precisam se reinventar, caso contrário se tornam obsoletas e sem razão de existir. Isso passa pela valorização da memória, mas debates, fóruns, seminários para que agente possa discutir os problemas e desafios, agente tem que procurar quer as associações desenvolvam outras funções e sem se confundir com outras entidades,” avaliou.

O diretor da TV Fortaleza, Ítalo Lima, em seu pronunciamento, destacou fazer parte de uma nova geração de jornalistas. “Sempre costumo dizer que as outras profissões as pessoas têm a chance de escolher o que vão fazer. Já o jornalismo escolhe a pessoa. Às vezes, um menino do interior começa a se interessar pela comunicação e consegue atingir seus objetivos. Eu sempre quis ser jornalista para desempenhar um papel social. Eu ocupo o cargo de diretor da TV Fortaleza, trabalhei como estagiário na TV Diário e o Kaio Cézar já era um profissional na verdadeira concepção da palavra com sua postura e profissionalismo. Quando cheguei à Câmara, fui recepcionado pelo Paulinho, um grande professor, e nas pautas sempre estive ao lado do Rogério Gomes. A TV Fortaleza tem que cumprir seu papel como emissora pública. O compromisso é com a sociedade e de mostrar um jornalismo sério, comprometido e com qualidade, é isso que pretendo cumprir nessa gestão”, comentou.

Dia do Jornalista

O Dia do Jornalista, comemorado em 7 de abril, foi instituído em 1931, por decisão da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em homenagem ao médico de jornalista Giovanni Batista Libero Badaró, morto por inimigos políticos em 1830.

 

Com Informações da Agência de Notícias Fortaleza

Fotos: André Lima


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