Jornalistas e estudantes debatem negócios digitais e cooperativismo

Uma manhã de muito aprendizado marcou o sábado, 26 de maio, data em que se comemora os 65 anos do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce). O seminário Criação de Negócios Digitais e Cooperativismo reuniu freelancers, estudantes de Jornalismo e profissionais de redação em busca de qualificação e novas oportunidades de atuação.

Na primeira parte, o consultor Davi Ribeiro deu dicas de negócios nativos digitais que podem ser criados e geridos por jornalistas: e-books, cursos online, treinamentos, consultorias, newsletter, webinários (conferência na web), sistemas, aplicativos, produção de roteiros para vídeos, roteiros para podcasts, revisão de conteúdos e copywriter.

“Os jornalistas detêm conhecimentos específicos que podem ser utilizados para ser tornarem uma forma de negócio 100% digital”, disse Davi Ribeiro. Segundo ele, como qualquer negócio, no ambiente virtual também é necessário ter viabilidades técnica, social e econômica.

 

Em seguida, o jornalista Tarcísio Matos, assessor especial da OCB/CE – Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Ceará, falou sobre o cooperativismo e como esse sistema pode ajudar a categoria a atuar profissionalmente “sem patrões”. “Eu não acredito que máquinas substituam corações. Por isso, devemos usar a tecnologia a nosso favor”, disse Matos, que é entusiasta da ideia de criação de cooperativas de trabalho formadas por jornalistas.

O movimento cooperativista tem se fortalecido no Estado em oito ramos de atuação. São 115 cooperativas regularmente registradas no Sistema, 60.994 associados, 4.764 empregados e um faturamento, em 2017, de mais de R$ 3,5 bilhões. O Sistema acompanha de perto o crescimento das cooperativas, prestando assessorias e monitoramento, respeitando os valores e princípios cooperativistas que fazem a diferença no negócio. “Se o antídoto vem do próprio veneno, sejamos nós essa mudança que o Jornalismo e o jornalista precisa para aflorar na gente o humano que estamos perdendo”, pontuou Tarcísio Matos.

Por fim, o secretário-geral do Sindjorce e diretor do Departamento de Educação e Aperfeiçoamento Profissional da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Rafael Mesquita, falou sobre os modelos inovadores de negócios nativos digitais, cooperativos ou não. “Ao longo dos últimos três anos, o cenário de mídia tem vivenciado um crescimento na quantidade de novas experiências em jornalismo, sobretudo sites e ampliação do uso das mídias sociais pela imprensa. Tudo isso tem influência no profissional, logicamente, o que permite falar de uma nova geração de jornalistas, que, ao mesmo tempo que precisam preservar a deontologia e a ética profissional, acumulam um perfil diferente, com cultura e necessidades próprias”, disse.

Ao mesmo tempo, não é só levar o jornalismo para o digital. Tal expectativa demanda organização, não só de equipamentos, mas de linguagens e de tecnologias sociais, além de preparação dos profissionais jornalistas. “Por isso, o Sindjorce tem chamado esse debate sobre criação de negócios digitais, cooperativismo e novas formas de organização e produção da atividade jornalística com foco no interesse social”, frisou.

Os participantes elogiaram a iniciativa do Sindjorce e se referiram ao momento como inspirador. “O seminário Criação de Negócios Digitais e Cooperativismo foi bastante proveitoso. Em Fortaleza não debatemos esses assuntos e o mercado está se transformando de tal maneira que os profissionais que estão saindo dos cursos de jornalismo, estão percebendo uma grande escassez de emprego e, ao mesmo tempo, uma necessidade de empreender na comunicação. Os assuntos debatidos foram bastante esclarecedores, o que me motivou a pesquisar mais sobre”, afirmou Jardel Gomes, estudante do 6º semestre de Jornalismo na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Fotos: Evilázio Bezerra


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