Alegando sofrer os impactos da crise econômica, as empresas de rádio e televisão do Ceará ofereceram 11% de reajuste para os jornalistas de mídia eletrônica. O índice não cobre a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 11,28% para a data-base do segmento (1º de janeiro de 2016).
A proposta foi apresentada pela presidente do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Ceará (Sindatel), Carmen Lúcia Dummar Azulai (foto), em reunião com a presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), Samira de Castro, e o secretário-geral da entidade, Rafael Mesquita realizada no dia 7 de junho.
“Estamos enfrentando um momento difícil. As empresas de rádio, por exemplo, amargam uma inadimplência de 30% nos contratos publicitários”, alega Carmen Lúcia. Ele acrescenta que o mesmo índice de reajuste oferecido aos jornalistas foi aceito pelos radialistas.
As empresas também solicitaram a retirada da pauta de reivindicações das cláusulas que reivindicavam cursos de capacitação (mediante permuta) e fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) para as equipes de reportagem. “Pedimos para retirar porque as empresas já fazem cursos e já têm equipamentos”, disse a presidente do Sindatel.
Os jornalistas reivindicam reajuste de 15,73% para o piso, demais salários, seguro de vida e reportagem especial. O índice representa a inflação do período acrescida de ganho real de 4%. A presidente do Sindjorce argumentou que a categoria já apresenta perdas salariais e também sente no bolso o arrocho econômico. “Os trabalhadores estão pagando a conta da crise”, disse.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) agendou para o dia 16 de junho, às 9h, uma mediação entre Sindjorce e Sindatel. Após a mediação, a categoria será consultada sobre a proposta final das empresas de rádio e televisão cearenses.
