Mídia Impressa: Jornalistas param três redações e rejeitam reajuste abaixo da inflação

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A primeira plenária foi realizada por volta de 13h30, na Praça da Imprensa, em frente ao jornal Diário do Nordeste. A redação ficou esvaziada

Em mobilização histórica, jornalistas de todas as redações de impresso da Capital cearense cruzaram os braços por cerca de uma hora para participar de plenárias que debateram a luta por reajuste salarial digno. Realizadas nos dias 23 e 24 de novembro, as plenárias rechaçaram a proposta de reajuste salarial de 5%, oferecida pelos veículos de mídia impressa, e reforçaram a disposição para a luta da categoria, com a aprovação de novas paralisações de 29 de novembro a 1º de dezembro.

Em todas as plenárias, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) passou um questionário, elaborado com a orientação do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para que a categoria decida quais as reivindicações da Campanha Salarial 2016/2017 de Mídia Impressa, cuja data-base é 1º de setembro de 2016. Ou seja, uma nova negociação já deveria ter começado, mas ainda não iniciou porque a campanha anterior ainda está em aberto.

Sol forte na Praça da Imprensa

Nem o sol forte e o calor tiraram o ânimo dos jornalistas do Diário do Nordeste, que foram os primeiros a esvaziar a redação do jornal de maior circulação no Estado para participar da plenária da categoria, realizada na Praça da Imprensa, em plenas 13 horas do dia 23 de novembro. Dispostos a seguir firmes na mobilização pelo fechamento da Campanha Salarial 2015/2016 com a reposição inflacionária no piso e demais salários, os trabalhadores apresentaram proposta unânime de reajuste de 9,88%, abrindo a discussão sobre pagamento do retroativo a 1º de setembro de 2015 parcelado em duas vezes.

Além disso, a categoria deliberou pela formalização da resposta ao patronato via ofício, com a concomitante reabertura das negociações no Ministério Público do Trabalho (MPT). “Não dá para aceitar menos do que a inflação. O retroativo, aceitamos discutir o pagamento parcelado”, resumiu uma pessoa, cujo nome será preservado.

Empresários mostram solidariedade de classe

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No jornal O Estado, a plenária foi realizada por volta de 18h30. Os jornalistas também desceram em peso

A mesma proposta foi apresentada aos trabalhadores do jornal O Estado, também na noite de da última quarta-feira (24/11). A redação ficou vazia, enquanto os jornalistas discutiam formas de mobilizar e pressionar os patrões pela reposição inflacionária de seus salários.  “Não temos mais do que abrir mão. Agora é inflação ou nada”, disse um jornalista.

A diretoria do Sindjorce aproveitou a oportunidade para conversar com a diretora Institucional do jornal O Estado, Solange Palhano, que informou que a empresa não tem interesse em fechar acordo coletivo. “Seguimos o que O Povo e o Diário do Nordeste decidirem dar (de reajuste)”, resumiu.

De que lado está a intransigência?

No jornal O Povo, que tradicionalmente já atende aos apelos da representação sindical para participar de atos na porta da empresa, também houve adesão maciça à plenária realizada na tarde da última quinta-feira (24/11). Os jornalistas aproveitaram para fazer perguntas sobre o entrave nas negociações e sobre as possibilidades de dissídio coletivo.

“O que emperrou as negociações salariais?”, questionou uma pessoa. A presidente do Sindjorce, Samira de Castro, explicou que o sindicato patronal alega uma grave crise dos veículos e suposta incapacidade de conceder reajuste acima de 5%. No entanto, um cálculo feito pelo Dieese e apresentado aos prepostos das empresas em uma das negociações mostra que o impacto dos 9,88% da folha das empresas não chega a R$ 30 mil.

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No jornal O Povo, a plenária foi realizada no dia 24 de novembro. A redação também aderiu maciçamente

“A intransigência, portanto, está do lado das empresas, que seguem uma orientação da ANJ de ofertar metade da inflação e tentar vencer a categoria no cansaço. Já abrimos mão de tudo, inclusive do ganho real”, disse Samira. Além disso, ela destacou que a campanha salarial em aberto desde setembro de 2015 reflete um momento menos agudo da crise econômica e política e de lucros que já foram incorporados pelas empresas.

Confira o Calendário de mobilização da categoria:

29/11 (terça-feira) – 16h – Plenária O Povo
30/11 (quarta-feira) – 15h – Plenária Diário do Nordeste
1º/12 (quinta-feira) – 16h30 – Plenária O Estado


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