Movimentos sociais pedem que governo do CE reveja plano de retomada das atividades

O Fórum Ceará pela Vida, coletivo que reúne representações de movimentos, entidades e organizações do campo e da cidade, quer que o Governo do Estado reveja o Plano Responsável de Abertura das Atividades Econômicas e Comportamentais que será colocado em prática a partir de segunda-feira, 1º de junho. Em nota, mais de 100 entidades, coletivos e organizações argumentam que as medidas anunciadas ontem (28/05) pelo governador Camilo Santana não foram discutidas com o principais afetados: as populações das periferias, as comunidades tradicionais e os segmentos vulneráveis.

O processo prevê uma fase inicial de transição, em que estão contemplados 17 setores, e mais quatro fases de abertura que, de acordo com Santana, irão obedecer a critérios técnicos, sanitários e epidemiológicos. O governador também informou  que o plano foi elaborado com participação do poder executivo, do setor produtivo e da sociedade civil. No entanto, as representações dos movimentos sociais que integram o Comitê Gestor de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus no Ceará alegam que não foram consultadas.

“Ante de se falar em retomada da atividade produtiva, precisamos discutir também, dentro do Comitê Gestor estadual, a questão do trabalho de assistência às populações e povos tradicionais e das periferias, com a implementação de ações efetivas que cheguem às comunidades e aos grupos vulneráveis (população em situação de rua, migrantes e catadores). Portanto, defendemos o isolamento social com condições de manutenção, a partir da garantia de renda e das condições de saúde”, alertam as entidades signatárias da nota. Entre elas está o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce).

Leia a nota do Fórum Ceará pela Vida na íntegra

Nota pública em defesa da vida: ainda não é o momento de retornarmos!

O Fórum Ceará pela Vida, coletivo que reúne representações de mais de 70 movimentos, entidades e organizações do campo e da cidade, vê com grande preocupação o anúncio do Plano de Retomada Gradual e Responsável da atividade econômica no Ceará, anunciado ontem (28/05) pelo Governo do Estado.

Entendemos que a pandemia chegou ao ponto mais alto em Fortaleza e parece começar a estabilizar, lentamente, o número de casos e óbitos, chegando a um platô. No entanto, o Ceará registra 37.954 casos confirmados de Covid–19 e 2.734 mortes, representado uma taxa de letalidade de 7,2.

Ainda somos o terceiro Estado do país em número de pessoas contaminadas e de mortes, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Pelos dados divulgados no IntegraSUS, observamos um crescimento da pandemia do novo Coronavírus para o interior do Estado, regiões nas quais a população continua com histórica dificuldade de acesso aos serviços públicos – e até privados – de saúde.

Em que pese a preocupação do governador Camilo Santana, em retomar a economia do Estado por meio de fases, entendemos que as medidas anunciadas deveriam ter sido amplamente discutidas com as representações dos movimentos sociais, sindicais e populares. Essas representações, inclusive, compõem o Comitê Gestor de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus no Ceará e sequer foram ouvidas.

São as populações do Campo, das Florestas, das Águas, dos territórios e das periferias as mais afetadas pela Covid–19, com elevada taxa de mortalidade, por exemplo, nos bairros mais pobres de Fortaleza. São também as trabalhadoras e os trabalhadores que irão arriscar suas vidas para fazer girar o lucro do capital.

Mesmo sendo um dos Estados que mais testa, não reduzimos significativamente o número de casos em investigação, que podem se converter em mais infectados e novas contaminações. Nossa preocupação é que o retorno das atividades se dê sem a devida redução das ocupações em leitos de UTIs e enfermarias, penalizando a população mais vulnerável.

Ante de se falar em retomada da atividade produtiva, precisamos discutir também, dentro do Comitê Gestor estadual, a questão do trabalho de assistência às populações e povos tradicionais e das periferias, com a implementação de ações efetivas que cheguem às comunidades e aos grupos vulneráveis (população em situação de rua, migrantes e catadores). Portanto, defendemos o isolamento social com condições de manutenção, a partir da garantia de renda e das condições de saúde.

Neste sentido, apelamos ao senhor Governador para que reveja o conjunto de medidas anunciado ontem, levando em conta o risco de termos não uma nova onda – uma vez que a atual sequer terminou, mas o recrudescimento da Covid–19 no Ceará, ceifando a vida de muitos cidadãos e cidadãs e afetando milhares de famílias.

Fortaleza, 29 de maio de 2020

Fórum Ceará Pela Vida

Movimentos que assinam a nota pública:

Articulação das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Fortaleza
Articulação das Pastorais Sociais, CEBs e Organismos Regional NE 1 – Ceará
ASA/Fórum Cearense pela Vida no Semiárido
Associação Afrobrasileira de Cultura ALAGBA
Associação Beneficente O Pequeno Nazareno
Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD
Associação Brasileira de Médicas e Médicos Pela Democracia – Ceará
Associação Comunitária dos Povos Ciganos do Estado da Paraíba – ASCOCIC
Associação Cultural Nacional de Preservação do Patrimônio Bantu
Associação da Comunidade Raízes da Praia
Associação de Mulheres em Ação – AMA
Associação de Preservação da Cultura Cigana do Estado do Ceará – ASPRECCEC
Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil – AFBNB
Associação dos Geógrafos do Brasil – Seção Fortaleza
Associação Escola Família Agrícola Jaguaribana – Tabuleiro do Norte
Associação Nacional Criança Não é de Rua – CNER
Cáritas Brasileira Regional Ceará
Casa da Cultura e Defesa da Mulher Chiquinha Gonzaga
CEDECA Ceará
Central de Movimentos Populares – CMP
Central dos Trabalhadores do Brasil – CTB
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Centro de Apoio a Mães e Pais de Portadores de Eficiência – CAMPE
Centro de Estudo do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador – CETRA
Centro de Pesquisa e Assessoria – ESPLAR
Centro Socorro Abreu – CSA
Coletivo Cultural de Matriz Africana IBILE
Coletivo de Juventude Rebeldia Ceará
Coletivo Miúdo de Teatro
Coletivo ParaTodos
Comissão Brasileira de Justiça e Paz – Ceará
Comissão Estadual dos Quilombolas Rurais do Ceará – CEQUIRCE
Comissão Pastoral da Terra – Regional Ceará
Comunidades Eclesiais de Base (Pici)
Conselho Nacional dos Leigos – Ceará
Conselho Pastoral dos Pescadores/as – CPP
Consulta Popular
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
CSP Conlutas
Diálogos Urbanos – Unilab
Espaço Geração Cidadã
Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará – FETRAECE
Federação dos Trabalhadores, Empregados e Empregadas no Comercio e Serviços no Estado do Ceará – FETRACE
Fórum DCA
Fórum em Defesa do SUS e pelo Concurso Público
Frente Brasil Popular – FBP
Frente de Luta por Moradia Digna
Frente Povo Sem Medo – FPSM
Fundação Marcos de Bruin
Grupo de Desenvolvimento Familiar (GDFAM)
Grupo JBD Lagamar
Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico
Instituto Cigano do Brasil
Instituto TrêsMares
Integrassol
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
Laboratório de Estudos da Habitação – LEHAB UFC
Levante Popular da Juventude – LPJ
Marcha Mundial das Mulheres – MMM
Movimento 21 – M21
Movimento A Correnteza
Movimento Cada Vida Importa
Movimento Círculos Populares
Movimento de Base Popular e ZEIS Caça e Pesca
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB
Movimento de Mulheres Olga Benario
Movimento de Saúde Mental Comunitária – MSMC
Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Por Direitos – MTD
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Movimento dos Conselhos Populares – MCP
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST
Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis – Sessão Ceará
Movimento Negro Unificado – MNU
Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM
Movimento RUA – Juventude Anticapitalista
Mutirão do Bem Viver – Ceará
Núcleo Cearense de Estudos e Pesquisas sobre a Criança – NUCEPEC/UFC
Núcleo Popular
Partido Comunista Brasileiro – PCB
Partido Comunista do Brasil – PCdoB
Partido dos Trabalhadores – PT
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados – PSTU
Pastoral Carcerária – Regional Ceará
Pastoral da Criança – Regional Ceará
Pastoral da Juventude do Meio Popular – Regional Nordeste 1, Ceará
Pastoral dos Migrantes
Província dos Missionários Colombianos do Brasil
Rede Cearense de Socioeconomia Solidária – RCSES
Rede Comunitária de Enfrentamento à Violência contra a Mulher
Rede de Catadores Estado do Ceará
Rede de Desenvolvimento Local Sustentável do Grande Bom Jardim
Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares
Rede Saúde, Saneamento, Água e Direitos Humanos – RESSADH
Resistência Vila Vicentina
Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará – SINDUECE – ANDES-SN
Sindicato dos Docentes da URCA – SINDURCA
Sindicato dos Docentes da UVA – SINDUVA
Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará – ADUFC
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará – Sindjorce
Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza – Sindifort
Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do Estado do Ceará – SINTUFCE
Taramela Assessoria Técnica em Arquitetura e Cidade
União Brasileira de Mulheres – UBM
União da Juventude Rebelião – UJR
Unidade Popular – UP


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