Nota de Solidariedade à jornalista Mara Beatriz pela prática transfóbica sofrida por sua filha Lara

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) vem a público solidarizar-se com a jornalista Mara Beatriz, pela prática transfóbica sofrida por sua filha Lara, de 13 anos, praticada pela Escola Educar Sesc. A instituição, ligada ao Sistema Fecomércio, comunicou à família que a matrícula da criança para 2018 não seria renovada.

A expulsão de Lara baseada na alegativa de que a escola não tem como atender “suas necessidades”, contraria a afirmação do Sesc, que se apresenta como agente transformador da sociedade e que tem a educação como missão histórica, além de ferir a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), bem como os princípios humanistas que devem reger a educação.

A jornalista, imediata e corretamente, entrou numa batalha contra a Escola, que lamentavelmente expulsou sua filha, sem o menor constrangimento. Com essa prática, mesmo admitindo a postura exemplar e o alto rendimento escolar da criança – aluna do Sesc Educar desde os dois anos de idade -, a escola deslegitima e também ataca as identidades de gênero das pessoas trans.

Antes do ponto alto do conflito, Lara vinha sendo desrespeitada diariamente porque a escola insistia em lhe tratar publicamente por seu nome civil, no masculino, deslegitimando seu processo de construção identitária e a soberania de sua auto-identificação. Postura inaceitável!

A agressão cometida contra Lara é mais um exemplo claro de transfobia. Infelizmente, a intolerância e o preconceito ocasionam situações constrangedoras e crimes que atingem não só as pessoas LGBT, mas também Mulheres, Crianças, Negros e Idosos. A impunidade nos casos de violência contra esses públicos traz indignação, repulsa e pede urgência no desenvolvimento de ações do poder público.

Que o ato discriminatório, agora exposto na mídia brasileira, que trouxe a retratação do Sesc à Lara e à família, bem como a tentativa da solução do conflito, não cause apenas indignação aos conhecedores do caso. Iniciativas como as de Mara Beatriz são louváveis e se mostram na dianteira para a execução de ações planejadas com foco na população LGBT, assim como para o fim do ódio, da transfobia, da impunidade e da invisibilidade das minorias, que apesar das adversidades se mostram fortes e resistem!

A diretoria do Sindjorce se solidariza e continua na luta por uma sociedade que garanta direitos às pessoas trans, sem violência, preconceito e discriminação.


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