Patrões não trazem nada para a 7ª negociação de jornais e revistas

Na última quarta-feira (20/02), foi realizada a sétima rodada de negociação para a celebração da Convenção Coletiva de Trabalho dos Empregados em Empresas de Jornais e Revistas 2018/2019, na seda da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado do Ceará (SRTE/CE). O encontro, para indignação da bancada laboral, representada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Ceará (Sindjorce), saiu sem nenhum avanço objetivo.

Na oportunidade, os membros do Sindicato das Empresas de Jornais e Revistas (Sindjornais) não trouxeram a análise das cláusulas questionadas pelos trabalhadores e nem a proposta alternativa ao 1% de reajuste salarial, oferecido pelos empresários na última reunião e que foi execrado pelos operários da notícia em atos realizados nos dias anteriores. De acordo com Neto Medeiros, preposto patronal, os donos dos grupos de mídia esperam uma contraproposta financeira dos trabalhadores para avançar o debate.

“Pelo que estamos vendo, vocês querem uma negociação clássica, no modelo daquelas que eram feitas na década de 1990, que cada lado vai crescendo ou decrescendo a proposta até chegar a um meio termo, mas nós não estamos mais no período analógico. O século XXI exige eficiência e isso deveria ser uma preocupação das empresas, que vão pagar longos retroativos. Já estamos desde julho tentando negociar. Da década de 1990, a gente só aceita que retorne a pochete e a calça de cintura alta. E olhe lá!”, ironizou Rafael Mesquita, secretário-geral do Sindjorce.

Ainda assim, a bancada dos empregados contrapôs um índice alternativo de aumento na remuneração, fixado em 7%. A pedida inicial da mesa foi de 8%. “É preciso considerar que temos que repor não só a inflação, como as perdas salariais acumuladas em períodos de inflação galopante”, lembrou o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas.

Após discutir o fator de recuperação dos salários, os representantes do Sindjorce apresentaram a contra-argumentação para o conjunto de propostas colocadas em debate nestas negociações.

Os representantes dos jornalistas lembraram que questões como as gratificações de chefia e da área policial são fundamentais, tendo em vista o esforço diferenciado exercido para cada cargo, assim como a responsabilidade e a periculosidade respectivamente envolvida. Carlos Chagas, assessor jurídico do Sindjorce, chegou a lembrar que os casos não podem ser vistos apenas na perspectiva do custo e sim do compromisso de cada função. “E se o peso for financeiro, seria importante trazer isso pra mesa”, enfatizou o advogado.

Também foi defendida a permanência das cláusulas da matéria paga, da diária de viagem, das fotos e ilustrações negociadas, da prestação de serviço a mais de uma empresa, da defesa judicial e do exercício da profissão.

Diário descumpre lei

Sobre o auxílio-creche, cuja a proposta dos jornais e revistas é de reduzir o atual ressarcimento integral das despesas a um percentual de 10% do piso, cerca de R$ 220, houve um questionamento: “a cláusula orienta o cumprimento da legislação, que diz que as empresas devem viabilizar a creche ou um auxílio. Neste caso, sabemos que o Sistema Verdes Mares cortou o ressarcimento desde janeiro deste ano. Daí eu pergunto: a empresa instalou uma creche nas suas dependências desde então? Porque, se não, estaria descumprindo a Lei”, arguiu Rafael Mesquita.

Os membros do Sindjornais responderam, mimicamente, com um “não”. O que levou ao advogado Carlos Chagas lembrar: “todo estabelecimento com mais de 30 funcionários com mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um espaço físico para que as mães e pais deixem os filhos de 0 a 6 meses, enquanto trabalham. Caso não ofereçam esse espaço aos bebês, a empresa é obrigada a dar auxílio-creche para que pague uma instituição para os filhos de até 6 meses”, falou o assessor jurídico do sindicato profissional, que completou: “seria importante vocês corrigem isso imediatamente, caso contrário, gerarão mais um passivo”.


Warning: A non-numeric value encountered in /home/storage/8/f8/9e/sindjorce/public_html/wp-content/themes/Newspaper/includes/wp_booster/td_block.php on line 705

DEIXE UMA RESPOSTA