Resistência e luta: mecanismos para enfrentar a contrarreforma trabalhista

“Temos apenas um caminho possível para enfrentar a contrarreforma trabalhista: a resistência e a luta”. A afirmação é da presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, que falou no quarto painel do 3º Congresso Nacional Extraordinário dos Jornalistas (Conej) e 21º Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (Enjai), realizado em Vitória.

Com o tema a “Organização Sindical dos Jornalistas na Conjuntura de Desregulamentação do Trabalho”, o painel contou também com a participação do secretário adjunto de organização da CUT, Eduardo Guterra, e do presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Paulo Zocchi. A mediação foi feita pela presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) e segunda Tesoureira da Fenaj, Samira de Castro.

Em sua fala, Maria José explicou que a contrarreforma trabalhista trouxe mudança drástica na CLT com a retirada de direitos históricos, a regulamentação de práticas precarizantes, o cerceamento do direito à justiça, o estrangulamento financeiro das entidades sindicais e o esvaziamento político das entidades sindicais.

Segundo ela, como consequências dessas mudanças, os jornalistas vão sofrer com as relações de trabalho ainda mais precarizadas e menos possibilidade de ganhos na Justiça do Trabalho. Além disto, em nível coletivo, a contrarreforma trará a redução dos pisos salariais da categoria, o enfraquecimento das negociações coletivas com convenções fechadas com menos vantagens para os jornalistas.

Maria José foi enfática ao defender que o caminho da resistência e da luta se faz urgente e deve acontecer por meio do fortalecimento das entidades sindicais, empenho nas negociações coletivas e nas batalhas judiciais.

“Temos que radicalizar nosso discurso”, disse ela, que defendeu também a realização de um trabalho direto com os estudantes de jornalismo. “A juventude tem que ser alertada que não vai se aposentar, que não vai conseguir um contrato de trabalho. Hoje esta juventude está alienada e é nosso papel fazer com que ela enxergue a realidade”, concluiu.

Não é reforma

Em sua fala, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Paulo Zocchi, deixou claro que não aconteceu uma reforma nas leis trabalhistas. Ele lembra que reforma pressupõe uma modernização ou aprimoramento e não foi o que fez o governo Temer.

“A CLT representa um conjunto de conquistas dos trabalhadores brasileiros. A contrarreforma representa um conjunto de mudanças que ataca os diretos trabalhistas materiais e a negociação coletiva, mexe com toda a estrutura sindical e com a justiça de trabalho”, disse Zocchi.

Desmonte dos direitos

Para o secretário adjunto de organização da CUT, Eduardo Guterra, as contrarreformas trabalhistas e previdenciária representam o desmonte dos direitos dos trabalhadores conquistado ao longo de anos de lutas. “O quadro político econômico é ruim. O governo faz com o país uma agenda negativa destruindo nossos ativos”, disse ele.


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