Sindjorce conclama categoria a reagir à retirada de direitos e reajuste indecente

Dois atos acontecem essa semana em protesto à postura dos donos da mídia nas campanhas salariais

A tentativa dos donos da mídia de retirar ou reduzir 18 direitos historicamente garantidos nas convenções coletivas de trabalho de jornais e revistas e outros 35 na norma coletiva de rádio e televisão  está revoltando os jornalistas cearenses. Pesquisa realizada pelo Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) com a base mostra o nível de insatisfação dos operários da notícia diante da postura patronal em mesa de negociação. Para completar, o reajuste salarial de 1% oferecido foi considerado um flagrante desrespeito ao trabalho dos jornalistas cearenses.

Imoral, indecente, vergonhoso e inaceitável estão entre os adjetivos utilizados pela categoria para qualificar o índice de reajuste, que não chega nem à metade da inflação de 3,64% para o segmento de mídia impressa. Para quem ganha o piso, o reajuste proposta representa uma perda do poder de compra salarial da ordem de R$ 682,08 em um ano. Como a data-base do segmento é 1º de setembro de 2018, essa perda real já é de R$ 341,04, tendo em vista que se passaram seis meses sem que os salários tenham sido reajustados. Na prática, a categoria está pagando para trabalhar.

Diante do cenário de opressão – com relatos de multifunção, aumento de jornada sem pagamento de horas extras, cortes de adicionais e auxílios -, a categoria deliberou pela realização de dois atos, afim de mostrar para a sociedade o quão insensíveis são os donos dos veículos de comunicação do Estado. Nessa segunda-feira, dia 18 de fevereiro, às 16h, em frente à sede do jornal o Povo, haverá uma manifestação em defesa do auxílio-creche integral, que as empresas querem reduzir a 10% do piso, ficando em algo em torno de R$ 210,00.

“O valor que querem dar de auxílio-creche inviabiliza a educação de filhos e filhas de jornalistas com idade até 6 anos. Desde janeiro, o Diário do Nordeste não faz o ressarcimento dessa despesa aos seus funcionários, numa insensibilidade sem precedentes na história das relações de trabalho entre patrões e jornalistas no Estado”, explica a presidente do Sindjorce e segunda tesoureira da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Samira de Castro.

Já na terça-feira, dia 19 de fevereiro, a partir das 17h30, haverá um ato na Praça da Imprensa, em frente ao Sistema Verdes Mares, em protesto contra o índice de reajuste oferecido pelas empresas e em solidariedade ao jornalista e narrador esportivo Kaio Cézar, que se demitiu ao vivo no sábado, após apresentação do Globo Esporte local. O trabalhador alegou assédio e perseguição pessoal, além de acúmulo de função e corte do pagamento de horas-extras trabalhadas.

“Que o gesto corajoso do jornalista Kaio Cézar inspire a ação coletiva da categoria, no Ceará e no país, em defesa do Jornalismo e do interesse público”, comenta Samira de Castro. A presidente do Sindjore reforça a convocatória para que os colegas de jornais, revistas, portais, rádios, televisões, assessorias públicas e privadas compareçam às atividades para fortalecer a luta por valorização da profissão no Estado.

 

 

 


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