Das Conquistas de 2024 às Lutas de 2025: Jornalistas Unidos por Dignidade e Valorização

Meus queridos colegas jornalistas do Ceará,

Chegamos ao final de mais um ano de lutas, desafios e conquistas. Em 2024, enfrentamos juntos as dificuldades impostas por um cenário econômico instável, pela precarização do trabalho e pelos constantes ataques à nossa profissão. Mas também celebramos vitórias importantes, frutos da nossa união e da força coletiva que caracteriza a nossa categoria. Enquanto nos preparamos para os desafios de 2025, é com orgulho e determinação que reafirmo o compromisso do Sindjorce e da FENAJ em estar ao lado de cada um de vocês, fortalecendo a luta por reconhecimento, dignidade e condições justas para todos nós.

Em 2024, o Sindjorce obteve importantes conquistas para a categoria, como o reajuste salarial de 4,21% acima da inflação, garantido na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para jornalistas de rádio e TV no Ceará, com efeitos retroativos, além da ampliação de benefícios como auxílio-alimentação e licenças-maternidade de 180 dias e paternidade de 20 dias para os profissionais do Sistema Verdes Mares. Também foram mantidos direitos históricos, como gratificações de chefia e adicionais por acúmulo de função, enquanto ações judiciais reforçaram o exercício exclusivo do jornalismo por profissionais habilitados. O sindicato investiu em formação e capacitação, promovendo cursos e seminários sobre temas urgentes, e atuou no combate à precarização, denunciando contratos irregulares e empresas que desrespeitam direitos trabalhistas. Além disso, defendeu políticas públicas para fortalecer redações regionais, assegurando a pluralidade midiática, e garantiu avanços nas negociações com empregadores para condições de trabalho mais dignas. E ainda destacou-se na unificação da categoria e na defesa dos direitos de assessores de imprensa e comunicação, ampliando o diálogo com empresas e o poder público. Essas conquistas, no entanto, não podem ser vistas como o fim da luta, mas como pontos de partida para uma agenda ainda mais ousada e transformadora.

O jornalismo brasileiro atravessa uma crise estrutural que afeta diretamente os jornalistas. As redações encolhem, os contratos se precarizam, e a pressão para se adaptar a múltiplas plataformas aumenta exponencialmente. Muitos profissionais migraram para assessorias de comunicação, marketing e outros setores correlatos, um reflexo das mudanças do mercado, mas também uma evidência de que a profissão precisa de novos marcos regulatórios para garantir condições justas para todos, independentemente do campo de atuação. No Ceará, a luta pela valorização dos jornalistas locais, que muitas vezes enfrentam a concentração midiática e a falta de pluralidade nas vozes regionais, continuará sendo uma prioridade absoluta.

Não há como falar de 2025 sem mencionar o impacto da tecnologia. A inteligência artificial e as ferramentas digitais têm transformado a maneira como a informação é produzida e consumida, mas nenhuma tecnologia substitui a análise crítica, a ética e o olhar humano que são a essência do trabalho jornalístico. Proteger os jornalistas dessa desumanização tecnológica é essencial, assim como garantir que as ferramentas digitais sejam aliadas e não ameaças ao exercício da profissão.

Outro desafio que se intensifica é a saúde mental dos jornalistas. A pressão por produtividade, as condições precárias de trabalho e os ataques crescentes contra a imprensa, muitas vezes diretos e pessoais, têm deixado marcas profundas. Em 2024, demos passos importantes para enfrentar essa realidade, promovendo campanhas de sensibilização, eventos e redes de apoio, mas é imperativo que essas ações se consolidem em políticas permanentes de cuidado e acolhimento para os profissionais.

A luta dos jornalistas, no entanto, não se limita à sobrevivência. É uma luta por reconhecimento, dignidade e valorização. A Campanha Salarial Nacional Unificada continuará sendo uma ferramenta poderosa para unificar as demandas da categoria e pressionar empregadores e o poder público por condições de trabalho justas. A defesa das prerrogativas exclusivas da profissão e o combate à desinformação também permanecerão no centro de nossas ações.

No Ceará, somos exemplo de luta e inovação. Este sindicato tem sido um farol para a categoria, não apenas defendendo direitos, mas propondo caminhos para o fortalecimento dos jornalistas em todos os espaços onde atuam. Em 2025, intensificaremos a formação técnica e ética da categoria, investindo em cursos, oficinas e seminários que preparem os profissionais para liderarem os debates mais urgentes, como as coberturas de direitos humanos e mudanças climáticas, além do combate às fake news.

Aos jornalistas do Brasil e, em especial, do Ceará, o chamado é claro: 2025 exige mais do que resiliência. Exige coragem, estratégia e mobilização. A profissão só será valorizada na medida em que nós, jornalistas, nos valorizarmos enquanto categoria. Unidos, seremos capazes de enfrentar qualquer adversidade, avançando para um futuro mais digno e justo. O Sindjorce e a FENAJ, como as vozes dos jornalistas no Ceará e no Brasil, convocam você a se filiar, participar, engajar-se e lutar. Nossa força está na nossa união!

Rafael Mesquita
Presidente do Sindjorce

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