Na tarde da última quinta-feira (8), o laboratório prático de extensão do curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor), o Newslink, sediou uma nova edição da Oficina de Comunicação e Direitos LGBTI+, promovida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce). A atividade integra o projeto Fala Pajubá e reuniu estudantes da universidade interessados em qualificar sua atuação jornalística a partir de uma perspectiva ética, inclusiva e comprometida com os direitos humanos.
A oficina foi conduzida pelo jornalista Rafael Mesquita, presidente do Sindjorce e doutorando em Comunicação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Em sua fala, Rafael destacou a importância de compreender gênero como uma construção histórica e social, e reforçou o papel do jornalismo na desconstrução de estigmas e no combate às violências estruturais.
“O Fala Pajubá nasceu com a missão de orientar comunicadores a tratarem a diversidade com responsabilidade. O Manual de Jornalismo LGBTI+, que distribuímos nas oficinas, é pioneiro no Brasil e cumpre um papel fundamental ao oferecer diretrizes éticas e práticas para uma cobertura respeitosa”, explicou o dirigente sindical.
Durante a atividade, Mesquita também apresentou dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que colocam o Ceará como o estado com o maior número de homicídios contra pessoas LGBTI+ em 2023. Segundo ele, embora o número reflita a gravidade da violência, também evidencia o pioneirismo do estado ao contar com uma Secretaria da Diversidade (Sediv), responsável por registrar e sistematizar informações sobre crimes de ódio. “Ter dados é o primeiro passo para enfrentar as violências que sempre foram invisibilizadas”, pontuou.
O projeto Fala Pajubá é financiado pela Sediv e busca ampliar o repertório de profissionais da comunicação, sobretudo entre estudantes e jovens jornalistas, promovendo oficinas em universidades, redações e instituições públicas.
