Jornalistas de Rádio e TV do Ceará seguem sem proposta final de reajuste salarial

Imagem: Freepik

A segunda reunião de negociação da Campanha Salarial 2025 dos jornalistas empregados em empresas de rádio e televisão ocorreu no dia 7 de fevereiro, mas terminou sem avanços concretos. Representantes do Sindicato das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado do Ceará (Sindatel) alegaram precisar de mais tempo para apresentar uma proposta formal de reajuste. Enquanto isso, as empresas se comprometeram a antecipar um aumento de 4% nos salários a partir de março.

O percentual, no entanto, fica abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da data-base de 1º de janeiro, que é de 4,77%. A categoria reivindica um reajuste de 8,27%, composto pelo INPC e uma parcela adicional de 3,5% para recomposição de perdas acumuladas. Esse percentual busca corrigir a defasagem salarial da categoria, garantindo um ganho real e preservando o poder de compra dos profissionais.

Durante a reunião, participaram pelo Sindatel o presidente Marcos Tardin e o assessor Neto Medeiros. Representando o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), estiveram o presidente Rafael Mesquita e o assessor jurídico Carlos Chagas.

O argumento patronal para a falta de uma proposta concreta foi a reoneração da folha de pagamento, determinada pelo governo federal. A bancada laboral rebateu, lembrando que os jornalistas não podem arcar com essa conta sozinhos, especialmente porque muitos benefícios foram preservados para o setor empresarial. Ainda assim, os representantes das empresas afirmaram que precisam avaliar melhor o impacto financeiro antes de definir um percentual de reajuste definitivo.

Impasse na negociação

O percentual de 4% antecipado em março é o mesmo concedido aos radialistas, sem resistência do sindicato que representa essa categoria. O Sindjorce, porém, criticou a estratégia das empresas.

“Essa tática de antecipar o percentual dado aos radialistas foi usada no ano passado e é uma tentativa de puxar nossa negociação para baixo. Mas eles tanto sabem que não aceitamos que nem chegaram a dizer que isso era a proposta para nós”, afirmou Rafael Mesquita.

Mesquita também reforçou que os jornalistas estão atentos às manobras patronais e seguirão mobilizados. “Os radialistas precisam questionar o sindicato deles sobre essa postura passiva. De nosso lado, continuaremos reivindicando um reajuste digno, que compense nossas perdas e valorize nosso trabalho. Vai ser duro, vai ser difícil, mas seguiremos em luta”, completou.

A data-base dos jornalistas segue sendo 1º de janeiro, segundo garantiram os representantes do setor empresarial. Jornalistas reforçaram que um reajuste abaixo da inflação representa perdas para os trabalhadores, tornando inviável aceitar qualquer proposta que não contemple ganho real.

Próximos passos

Outros pontos da pauta continuam em discussão. O Sindjorce apresentará um levantamento das prioridades para revisão e inclusão de novas cláusulas na Convenção Coletiva. Entre as demandas estão melhorias no auxílio-alimentação, ampliação das licenças-maternidade e paternidade e a inclusão de novas gratificações.

As empresas, por sua vez, comprometeram-se a realizar um seminário interno para avaliar a viabilidade das reivindicações e estudar os impactos financeiros das novas cláusulas sugeridas. O Sindjorce também preparará novos estudos econômicos para embasar a negociação e pressionar por avanços concretos. O objetivo é desobstruir o debate e encaminhar a negociação para uma conclusão que contemple um reajuste justo e assegure direitos ampliados para a categoria.

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