Assembleia da categoria reafirma proposta aprovada coletivamente e anuncia plebiscito nos locais de trabalho; Sindjorce denuncia postura das empresas como “ato de indignidade contra os trabalhadores”
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) realizou, na última segunda-feira, 30 de junho, sua Assembleia Ordinária anual com jornalistas filiados. A reunião foi realizada em formato híbrido e contou com a participação expressiva de profissionais de diversos veículos de imprensa. Teve como pontos de pauta o balanço parcial das atividades financeiras e patrimoniais da entidade e, como de praxe, a discussão das campanhas salariais em curso, considerando as negociações setoriais em andamento.
Na mesma data, o sindicato recebeu oficialmente a resposta do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Ceará (Sindatel) sobre a contraproposta da categoria para a Campanha Salarial 2025 dos jornalistas de rádio e televisão. A resposta foi comunicada por telefone pelo próprio presidente do Sindatel, Marcos Tardin, ao presidente do Sindjorce, Rafael Mesquita.
“A categoria apresentou uma proposta equilibrada, com base na reposição inflacionária e um gesto simbólico de valorização. A resposta das empresas foi um verdadeiro tapa na cara dos jornalistas: mantiveram os mesmos 4,77% de reajuste, sem nenhum avanço, sem nenhuma consideração às perdas históricas e às condições reais de trabalho”, denuncia Mesquita.
A contraproposta dos jornalistas, aprovada em Assembleia no dia 10 de junho, previa o reajuste de 5% (em vez dos 4,77% propostos pelas empresas), pagamento do retroativo em forma de abono e um prêmio de R$ 3 mil a cada profissional, como forma de valorização e reconhecimento.
“A diferença entre os 4,77% das empresas e os 5% reivindicados pela categoria é de pouco mais de R$ 7,00 no piso salarial. Essa intransigência não é sobre dinheiro. É sobre respeito”, afirma o presidente do Sindjorce.
Na Assembleia desta segunda-feira (30/06), diante da recusa patronal em dialogar efetivamente, os jornalistas rejeitaram por unanimidade a manutenção da proposta original e reafirmaram sua disposição de luta. “O que se ouviu na Assembleia foi revolta. A categoria está cansada de ser empurrada para o fim da fila, de receber a conta da crise enquanto garante audiência, faturamento e conteúdo diário às empresas”, destaca Mesquita.
O dirigente sindical criticou a postura do presidente do Sindatel, que chegou a sugerir participar das assembleias laborais para justificar a posição patronal. “Não queremos justificativa. Queremos avanço concreto. Queremos respeito. E respeito se mostra com proposta na mesa”, rebateu.
A categoria decidiu deflagrar uma agenda de mobilização nos locais de trabalho, que será coordenada pelo sindicato. Além disso, será realizado um grande plebiscito nos veículos de rádio e televisão de todo o estado, para consultar a totalidade dos jornalistas do setor e referendar, de forma ainda mais ampla, a proposta aprovada coletivamente.
“A indignação que se manifestou na Assembleia será levada às redações, às redes sociais e às ruas. Vamos mostrar quem são os patrões que se negam a reconhecer minimamente seus trabalhadores. Empresas que rejeitam uma proposta digna cometem um ato de indignidade contra os profissionais que sustentam o jornalismo no ar todos os dias”, conclui Rafael Mesquita.