
Na última quinta-feira (30), o Programa Jovem Jornalista de Formação de Lideranças no Jornalismo Cearense deu início ao Módulo 1 – Técnicas Avançadas de Reportagem, em uma aula marcada por reflexões sobre o papel do repórter e os desafios da prática jornalística no Ceará. A atividade, promovida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará (Sindjorce), contou com a mediação da diretora do Sindicato, Luana Lima Gurgel, e a participação do jornalista e professor Miguel Macedo, que compartilhou sua trajetória e experiências na área.
Miguel Macedo relatou momentos marcantes de sua carreira, enfatizando a importância do jornalismo investigativo e das reportagens de fôlego, especialmente em um contexto de limitações de espaço e recursos nas redações locais. Ele destacou o esforço do Sindjorce em aproximar o Sindicato das universidades e promover formações que estimulem o pensamento crítico e a autonomia profissional dos futuros jornalistas.
A aula também abriu espaço para um debate sobre a autonomia na pauta jornalística e a necessidade de diversificar os temas abordados nos veículos de comunicação cearenses. Questões como o planejamento urbano de Fortaleza, o avanço da verticalização da orla e os impactos da especulação imobiliária foram mencionadas como pautas urgentes que demandam investigação e sensibilidade social por parte da imprensa local.
Outro ponto forte do encontro foi a discussão sobre a memória histórica da cidade, com observações sobre a descaracterização de patrimônios e a falta de valorização da história urbana. “Fortaleza ainda precisa aprender a contar sua própria história”, pontuou um dos participantes, reforçando o papel do jornalismo como guardião da memória coletiva.
Durante a aula, também foram destacadas as funções essenciais do jornalista: apurar, verificar e contextualizar, além da importância de manter um olhar atento, o chamado “olhar de tigre”, expressão usada no meio jornalístico para definir a capacidade de perceber histórias escondidas por trás dos fatos. A dedicação à verificação das informações e a busca por furos jornalísticos autênticos, exemplificados pela revista Piauí, foram apontadas como referências de rigor e profundidade na apuração.
Para a diretora Titular do Conselho Fiscal, Luana Lima Gurgel, o curso reforça o compromisso do Sindicato em investir na formação continuada da categoria.
“O Programa Jovem Jornalista é uma das ações mais simbólicas do Sindjorce porque conecta teoria e prática. É uma oportunidade de aproximar gerações, incentivar o olhar crítico e fortalecer o jornalismo como ferramenta de transformação social”, afirmou.
Ao final, Miguel desafiou os participantes do programa de formação a pensarem reportagens sobre temas como os 300 anos de Fortaleza, completados em 2026, e as demais temáticas surgidas durante a aula.
O encontro encerrou-se com uma reflexão coletiva sobre o papel do jornalista em tempos de desinformação e o compromisso ético de manter viva a essência do jornalismo: investigar, questionar e ampliar a voz da sociedade.
O Programa Jovem Jornalista é uma iniciativa pioneira do Sindjorce, com apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e financiamento do Governo do Estado do Ceará, por meio da Casa Civil. A proposta é formar novas lideranças comprometidas com o fortalecimento da categoria, o sindicalismo e a defesa da liberdade de imprensa.










