71 anos de Sindjorce: uma história de luta incansável pelos direitos dos jornalistas cearenses

Hoje, celebramos os 71 anos de luta e resistência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce). Fundada em 26 de maio de 1953, nossa entidade tem sido um braço forte na defesa dos operários da notícia no Ceará, um farol de esperança e combatividade para todos os trabalhadores do jornalismo cearense.

Ao longo dessas décadas, lutamos por nossos direitos e pelos trabalhadores, mesmo quando estes, por falta de consciência de suas condições de proletários, abriram mão de seus direitos ou ficaram paralisados pelo medo da demissão. Foi graças à nossa persistência, por exemplo, que devolvemos aos jornalistas de rádio e TV do Ceará o direito de serem contratados como jornalistas e de receberem salários dignos da categoria.

Fomos nós que garantimos os pisos salariais para os principais setores que empregam jornalistas, abrangendo rádio/TV, jornal/revista e assessoria de imprensa/comunicação.

Nossa ação é incansável, e nosso compromisso com o financiamento das lutas dos jornalistas por democracia e liberdade de imprensa tem sido constante e inabalável, uma tarefa de ontem, de hoje e de sempre.

Quando direitos foram usurpados, fomos nós que os recuperamos, seja por meio de negociações individuais ou coletivas, ou através de processos judiciais. Quantos jornalistas no mundo podem dizer que receberam quantias significativas de R$ 100 mil, R$ 300 mil ou R$ 500 mil, e até mais de uma vez, por conta da luta sindical? Que sindicato repassa, com tanta constância, milhões em reparação de direitos aos seus filiados? Para além do Sindjorce, não enxergamos paralelos.

Também lutamos pela aprovação de leis que garantiram novos direitos aos profissionais. Garantimos a segurança e a saúde da categoria, especialmente em períodos de conflitos, ataques ou pandemias.

Movemos parlamentos, ruas e redes sociais, assim como meios impressos e sonoros, para propagandear nossas demandas coletivas, que muitas vezes são silenciadas pelos donos da mídia, nossos patrões.

Defendemos a regulamentação da profissão de jornalista, garantindo a qualificação e o registro adequado dos profissionais, enquanto desenvolvemos programas específicos para combater o assédio e a discriminação de gênero, raça e orientação sexual dentro das redações e locais de trabalho, ao mesmo tempo em que promovemos a melhoria das condições de trabalho dos jornalistas, lutando por ambientes seguros e respeitosos.

Investimos em programas de capacitação contínua e formação profissional para jornalistas, oferecendo cursos e congressos de atualização, e garantimos apoio jurídico e psicossocial para jornalistas que enfrentam processos judiciais ou traumas decorrentes do exercício da profissão.

Negociamos convenções e acordos coletivos de trabalho, assegurando benefícios específicos como auxílio-creche, adicionais diversos e diárias, além de dedicarmos atenção especial aos jornalistas freelancers, lutando por contratos justos e contra a exploração do trabalho autônomo.

Atuamos em parceria com entidades locais e internacionais para fortalecer a defesa da liberdade de imprensa e dos direitos dos jornalistas em âmbito global, sempre promovendo a ética no jornalismo e incentivando a prática de um jornalismo responsável e comprometido com a verdade.

Denunciamos com coragem o arbítrio e a opressão que sofrem os jornalistas e estendemos a mão ao profissional assediado sexualmente, moralmente ou vítima de outras violências, como as de ordem misógina, homofóbica e racial, lutando até o fim pela devida reparação legal.

É importante acrescentar que, desde o nascimento da profissão de jornalista, esta já se encontrava precarizada. Mas foi através de teses políticas, institucionais, legislativas e jurídicas que mantivemos, junto com a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e demais sindicatos do país, a profissão de pé, sempre reivindicando um patamar digno. Podemos afirmar com precisão que, sem o Sindjorce, os jornalistas do Ceará já teriam sucumbido como categoria ou viveriam uma realidade bem mais difícil e cruel.

O Sindjorce é a resistência dos nossos direitos, conquistados, mantidos e reivindicados por nossa liderança. É a voz coletiva dos jornalistas, mesmo quando os próprios profissionais, por desconhecimento ou medo, agem contra a sobrevivência da entidade. Nestas décadas, fomos a mola propulsora de sobrevivência e temos muitas mais lutas pela frente.

Estamos em um ponto crítico da profissão, diante da digitalização da vida e da crise do modelo de negócio do jornalismo tradicional. Mas continuaremos firmes. O Sindjorce continuará liderando a categoria nestas novas batalhas e tem uma missão ainda maior pela frente: formar as atuais e futuras gerações de jornalistas em dois principais aspectos: consciência de classe e consciência de seu papel profissional.

Portanto, neste aniversário de 71 anos, renovamos nosso compromisso com cada jornalista cearense. Celebramos nossas conquistas passadas e reafirmamos nossa determinação em enfrentar os desafios futuros. Unidos, somos mais fortes. Unidos, continuaremos a construir um jornalismo ético, livre e valorizado. Viva o Sindjorce! Viva a luta dos jornalistas do Ceará!

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