Uma proposta apresentada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) pode finalmente levar jornalistas e donos de jornais do Ceará a um acordo salarial. Apresentada pelo procurador regional do Trabalho Gerson Marques, a proposta consiste na aceitação, pelos trabalhadores, de um ganho real de 1,5% no piso e 1% nos salários acima do piso, retroativo a 1º de setembro de 2014, e na garantia, por parte dos patrões, de um reajuste linear de 2% acima da inflação, retroativo a 1º de setembro de 2015.
Caso seja aceita pelas direções dos jornais Diário do Nordeste, O Povo e O Estado, a proposta de acordo, apresentada no último dia 5, encerra, ao mesmo tempo, duas campanhas salariais dos jornalistas empregados em veículos de comunicação impressos – que se arrastam há mais de um ano e dois meses de negociações -, e ainda sinaliza positivamente para a conclusão da campanha salarial dos profissionais de rádio e TV, que também aguardam reajuste salarial desde 1º de janeiro de 2015, data-base do segmento de mídia eletrônica.
Consenso agora só depende das empresas
“Diante dos lucros obtidos pelos jornais no ano de 2014, os jornalistas reivindicavam 5% acima da inflação do período. Mas diante da razoabilidade da proposta do procurador, a comissão de negociação dos trabalhadores estaria disposta, em nome de um acordo, a defender na base um ganho real menor. Portanto, a resolução do impasse está agora nas mãos das empresas”, avalia a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), Samira de Castro.
Coordenador do Departamento de Pessoal do maior jornal do Estado, Girlano Gadelha afirmou que o Diário do Nordeste e os demais jornais precisavam fazer o levantamento do impacto financeiro da proposta do procurador Gérson Marques. Diante do argumento, o procurador regional do Trabalho concedeu o prazo de uma semana para as empresas fazerem os cálculos.
Patrões se posicionam nesta terça-feira (17)
A novela em que se transformaram as Campanhas Salariais 2014/2015 tem data e hora para acabar. O último capítulo está agendado para esta terça-feira, dia 17, às 14 horas, quando representantes dos jornais e dos jornalistas voltam a se reunir para que as empresas se posicionem sobre a proposta de acordo do MPT.
“Acreditamos que o bom senso prevalecerá, que os jornais reconhecerão a boa vontade dos jornalistas e do MPT para superarmos juntos um impasse sem precedentes. Tudo que estava ao nosso alcance foi feito. Esperamos agora que as empresas também façam a parte delas e que os profissionais possam, finalmente, passar um Natal tranquilo”, finaliza a presidente do Sindjorce, Samira de Castro.