Seguindo orientação da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) está realizando um levantamento sobre as condições de trabalho dos/as jornalistas durante a pandemia do novo coronavírus. O objetivo é orientar a ação sindical para mitigar o adoecimento dos/as trabalhadores/as e garantir condições de emprego e salários. Os dados pessoais dos respondentes não serão divulgados.
De acordo com o presidente do Sindjorce e diretor do Departamento de Mobilização e Negociação Salarial da FENAJ, Rafael Mesquita, as atividades jornalísticas foram devidamente reconhecidas como essenciais durante o estado de calamidade provocado pela Covid-19. Assim, jornalistas continuam trabalhando em todo o país, submetidos ao risco de contágio, ainda que medidas de segurança estejam sendo tomadas pelos profissionais e pelas empresas.
Para terem dados concretos e elementos de reforço aos argumentos, as entidades laborais precisam saber qual é a situação de saúde dos jornalistas, especificamente em relação ao novo coronavírus. “Diante da ‘flexibilização’ do isolamento social, já adotado por governos de vários Estados e em estudo por outros, acreditamos que os riscos tendem a aumentar e, por isso mesmo, a FENAJ e os Sindicatos devem reforçar a exigência de medidas de proteção aos jornalistas”, completa Samira de Castro, segunda vice-presidenta da FENAJ e diretora de Comunicação do Sindjorce.
Impactos da MP 936
Os Sindicatos de Jornalistas estão acompanhando as iniciativas de muitas empresas de comunicação para redução de salários com redução de jornada e, até mesmo, suspensão temporária de contratos de trabalho, conforme previsto na Medida Provisória (MP) 936. “Apesar da resistência, a ofensiva das empresas, entretanto, está crescente” reforça Castro. Segundo a dirigente, a Federação está buscando, por meio dos seus Sindicatos filiados, mapear a situação, em âmbito nacional, para que uma política unitária seja adotada.
“Para termos dados concretos e elementos de reforço aos nossos argumentos, precisamos saber todos os casos de alterações contratuais embasadas na MP 936; quais as alterações mais frequentes (redução de salário em 25%, por exemplo); onde ocorreram demissões; quais são as condições de trabalho decorrentes dessas alterações”, explica Mesquita. Segundo o presidente do Sindjorce, quanto mais jornalistas responderem o questionário, mais assertivas serão as ações do Sindicato para uma reação coordenada em defesa da categoria.