O Fórum Ceará pela Vida realizou, na tarde da quinta-feira (17/09), ato simbólico em frente ao Palácio da Abolição contra o retorno das aulas presenciais no Estado. O grupo, que representa mais de 100 entidades, movimentos, partidos, coletivos e sindicatos, do campo e da cidade, protocolou a nota pública em que defende a vida e reforça posicionamento contra a volta às aulas presenciais, tanto na rede particular quanto pública de ensino.
Escoltado por três policiais militares, o pequeno grupo de manifestantes foi informado de que não poderia abrir faixas e bandeiras em frente à sede do governo cearense, pelo lado da Avenida Barão de Studart. Os militantes, então, foram levados até a entrada do prédio, pela rua Silva Paulet, e aguardaram autorização para protocolar documentos, abrir a faixa e registrar as imagens.
Sônia Pereira, diretora de Relações Intersindicais da ADUFC-Sindicato, destacou que, nessa mesma semana, o governador Camilo Santana recebeu representantes das escolas privadas, que pressionam o governo para liberar as aulas de todas as séries. “A gente não pretendia nada além de abrir faixas e mostrar a nossa compreensão de educação. A educação é para a vida e o retorno às aulas presenciais significa o risco de saúde e de morte para professores e estudantes”, frisou.
Fotos: Nah Jereissati/ ADUFC-Sindicato
Confira a nota pública:
NOTA PÚBLICA: AULAS SE RECUPERAM, VIDAS NÃO!
O Fórum Ceará pela Vida, enquanto conjunto que reúne os movimentos sociais, partidos políticos e as mais diversas organizações da sociedade civil, vem por meio desta nota pública, cumprir o seu papel humanitário, e reafirmar o seu compromisso com a defesa da vida e do direito à educação.
Segundo nossa Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente, o direito à vida é inviolável e inegociável. Por essas razões, defendemos veementemente o adiamento da retomada das aulas presenciais nas escolas para um momento que estejam atendidos os critérios mínimos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, de modo que o direito à educação possa ser garantido com equidade e sem negociar o direito à vida.
O que temos visto é uma série de ações que só comprovam que o governo não tem considerado a opinião da sociedade, da comunidade escolar e da maioria dos prefeitos, que se demonstram contrário a ideia do retorno das escolas.
A maioria das escolas não dispõe de profissionais da área da saúde, que incluem atendimento psicológico, além do atendimento básico, para promover ações desta dimensão, ainda mais quando se considera a necessidade de uma articulação nacional para a contenção da pandemia.
Portanto, as escolas devem se constituir como um dos instrumentos de defesa da vida, organizando atividades a seus estudantes, com o caráter de vínculo entre, escola, estudante, família e comunidade, com estímulos aos estudos e a compreensão do momento de crise sanitária, que estamos vivendo.
Por fim, o Fórum Ceará pela Vida conclama o chamado afirmando que “AULAS SE RECUPERAM, VIDAS NÃO!”, e assim, se posiciona contra a volta às aulas, esclarecendo também que as consequências da volta às aulas, neste período de pandemia mundial, se torna responsabilidade do Governo do Estado do Ceará e pede que o governador Camilo Santana se reúna com a comunidade escolar, uma vez que esta é quem de fato está na linha de frente.
Assinam essa nota:
Articulação das Pastorais Sociais, CEBs e Organismos Regional NE 1 – Ceará
ASA/Fórum Cearense pela Vida no Semiárido
Associação Cearense dos Estudantes Secundaristas – ACES
Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD
Associação das Mulheres em Movimento – AMEM
Associação das Mulheres Empreendedoras do Ceará – AME Ceará
Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil – AFBNB
Associação dos Moradores do Bairro Serrinha – AMORBASE
Associação Escola Família Agrícola Jaguaribana – Tabuleiro do Norte
Cáritas Brasileira Regional Ceará
Casa da Cultura e Defesa da Mulher Chiquinha Gonzaga
Central de Movimentos Populares – CMP
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Centro de Estudo do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador – CETRA
Centro de Pesquisa e Assessoria – ESPLAR
Centro Socorro Abreu – CSA
Círculos Populares
Coletivo Feminista Mulheres do Ceará com Dilma
Coletivo Girassóis – Espíritas pelo Bem Comum
Coletivo ParaTodos
Comissão Pastoral da Terra – Regional Ceará
Confederação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas Ceará – CEQUIRCE/CONAQ
Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras – CPP
Consulta Popular
Coordenação Regional das Pastorais Sociais, CEBs e organismos
Comunidades Eclesiais de Base da Arquidiocese de Fortaleza – CEBS
Diretório Central dos Estudantes UFC – DCE UFC
Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza – FBFF
Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará – FETRAECE
Federação dos Trabalhadores, Empregados e Empregadas no Comércio e Serviços no Estado do Ceará – FETRACE
Fórum Cearense LGBT
Fórum em Defesa do SUS e pelo concurso público
Frente Brasil Popular – FBP
Frente Cearense em Defesa do SUS e Contra a Privatização da Saúde
Frente de Juventude Kizomba
Frente Povo Sem Medo – FPSM
Instituto Cultural Sustentável Ama Doce
Intersindical Central da Classe Trabalhadora
União Estadual dos Estudantes do Ceará/Livre – UEE CE
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES
Unidade Classista
Levante Popular da Juventude – LPJ
Movimento Caminhando em Luta – MCL
Marcha Mundial das Mulheres – MMM
Movimento de Luta dos Bairros, Vilas e Favelas – MLB
Movimento de Luta Comunitária – MLC
Movimento de Mulheres Olga Benário
Movimento de Saúde Mental Comunitária – MSMC
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Movimento dos Trabalhadores por Direitos – MTD
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST
Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis – Sessão Ceará
Movimento Negro Unificado – MNU
Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM
Movimento Terra Nossa – MTN
Movimento Universitário Correnteza
Núcleo Popular
Partido Comunista do Brasil – PCdoB
Partido dos Trabalhadores – PT
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL
Pastoral dos Migrantes
Pastoral da Juventude do Meio Popular – PJMP
Rede Comunitária de Enfrentamento à violência contra a mulher
Rede de Catadores Estado do Ceará
Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares
Rede Saúde, Saneamento, Água e Direitos Humanos – RESSADH
Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará – SINDUECE – ANDES
Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará – ADUFC
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará – Sindjorce
Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza – Sindfort
Travessia Coletivo Sindical e Popular
União Brasileira de Mulheres – UBM
União da Juventude Rebelião – UJR
União da Juventude Socialista – UJS
União dos Negras e Negros pela Igualdade – UNEGRO/Ceará
União Estadual dos Estudantes do Ceará Livre – UEE
União Nacional LGBT – UNALGBT/Ceará
Unidade Popular pelo Socialismo – UP
Figuras públicas que assinam essa nota:
Anizio Melo – Presidente licenciado do sindicato APEOC, Coordenador da Frente N/NE pela educação, partido PCdoB
Luizianne Lins – Deputada Federal, partido PT
Paula Colares – Professora, Presidente do partido UP Ceará, faz parte da coordenação nacional do Movimento de Mulheres Olga Benário
Renato Roseno – Deputado Estadual, partido PSOL