No dia 28 de abril, trabalhadores e trabalhadoras pararam contra a “reforma” trabalhista e da previdência em todo o Ceará. Só na Capital foram mais de 100 mil pessoas que lotaram a Praça da Bandeira e saíram em caminhada até a Praça do Ferreira. No interior do Estado, ocorreram mobilizações e atos de rua em mais de 130 municípios que, somados, totalizaram 400 mil pessoas nas ruas. Um dia histórico, que contou ainda com trabalhadores servidores públicos, trabalhadores urbanos e rurais que organizaram uma intensa agenda de lutas em mais de 130 municípios do Ceará, segundo a Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Fetraece) e Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce).
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) realizou atos nos dois maiores jornais impressos do Estado. Após participar da caminhada pelo Centro, convocada pelas centrais como ato principal da Greve Geral na Capital cearense, os dirigentes sindicais mobilizaram as redações na parte da tarde. As atividades marcaram também os primeiros atos das campanhas salariais da categoria no Estado.
No Diário do Nordeste, jornal de maior circulação, os jornalistas realizaram um ato simbólico de sindicalização em massa, como protesto contra as medidas contidas na “reforma” trabalhista que tentam enfraquecer os sindicatos. No O Povo, redação mais antiga, a categoria parou por quase uma hora, no horário de fechamento, para debater alguns pontos da reforma trabalhista e como atingem os jornalistas.
Com adesão dos sindicatos de muitos ramos econômicos, as paralisações dos locais de trabalho mudaram a fisionomia de diversas cidades do Estado. Os portos do Pecém e Mucuripe interromperam suas atividades logo cedo na sexta-feira, assim como o Aeroporto Internacional Pinto Martins. Segundo o Sindicato Apeoc, a adesão dos trabalhadores/as em educação do Estado foi superior a 90%. O sindicato informou que a greve foi massiva tanto na Capital, como no interior do Estado. Já segundo o Sindiute, 526 escolas na capital fecharam hoje e a greve contou com uma adesão de 11 mil professores.
Os comerciários/as baixaram as portas de forma integral, sendo 30 mil deles os que atuam apenas no Centro de Fortaleza. Ao todo, 150 mil trabalhadores e trabalhadoras interromperam suas atividades durante a Greve Geral. No transporte público de Fortaleza, foram feitas paralisações nas garagens das empresas, além da adesão dos trabalhadores em diversos pontos da nossa cidade com fechamento de alguns dos principais cruzamentos da Capital. Cerca de dois mil bancários/as do Ceará aderiram à Greve Geral deste 28 de abril, dos cerca de 10 mil do estado. Houve paralisação de pelo menos 110 unidades bancárias, das 562 unidades em todo o estado. Já os metalúrgicos mobilizaram 6 mil trabalhadores na greve.
Pararam ainda o Transporte Alternativo, Construção Civil, Servidores Municipais de Fortaleza, Sinderúrgica, Bancários, Taxistas, Mototaxistas, Jornalistas, Tribunal do Trabalho, SINDUECE, SINPRECE, SINDSAÚDE, SINTSSÉTIMO, MSTS, MST, MTST, MLB, Eletricitários COELCE (ENEL), CHESF, dentre outras categorias, nas regiões: Metropolitana, Cariri, Jaguaribe, Sertão Central, Itapipoca, Iguatu, Sobral e Crateús.
O movimento ocorre 100 anos depois da primeira greve geral do País, ocorrida em julho de 1917 e capitaneada por organizações operárias de inspiração anarquista. Em 1996, uma greve geral contra as privatizações propostas pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso mobilizou cerca de 12 milhões de pessoas em todo o país. Também integraram as mobilizações, atos públicos e protestos populares que agitaram todas as regiões do estado, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo que articulam dezenas de movimentos sociais e populares do campo e da cidade.
Fontes: Frente Brasil Popular, CUT e Fetamce