O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), representado por sua presidente, Samira de Castro, se reuniu nesta quinta-feira (17/03), com o secretário de Segurança Pública e Defesa da Cidadania (SSPDS), Delci Teixeira, para debater medidas que garantam a segurança dos jornalistas durante as coberturas de atos e manifestações. Entre os principais assuntos discutidos estiveram a identificação dos jornalistas, a compreensão por parte das forças do Estado sobre o trabalho dos profissionais da mídia e a presença de representantes do Sindjorce em locais estratégicos durante as manifestações.
Na reunião, a presidente destacou a preocupação com a integridade dos jornalistas, uma vez que, desde junho de 2013, há um histórico crescente de casos de agressão contra a categoria no exercício profissional. Em 2014, o Ceará foi o terceiro Estado estado com maior número de registros de violência contra profissionais da comunicação, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
O Sindjorce reivindicou o entendimento do trabalho dos jornalistas por parte das forças do Estado. “É importante que os policiais compreendam que o jornalista está cumprindo seu trabalho que é o de levar informação à sociedade”, afirmou Samira de Castro. O Sindicato reforçou seu posicionamento contrário a qualquer tipo de agressão praticada contra cidadãos, não somente aquelas exercidas contra a imprensa.
Identificação como Imprensa
O secretário Delci Teixeira recomendou a identificação visível pois, com ela, o jornalista será facilmente reconhecido por qualquer agente do Estado. No entanto, corroborando com o entendimento da diretoria do Sindjorce, o titular da SSPDS afirmou que os coletes devem ser genéricos, ou seja, sem identificar para qual empresa o profissional trabalha. “É possível adotar uma identificação nos moldes da imprensa internacional, com coletes azuis escrito imprensa”, completou.
Delci Teixeira afirmou que dará uma recomendações aos chefes das operações para que localizem e orientem os jornalistas, bem como para que resguardem amplamente a atividade profissional da categoria. O secretário também manifestou preocupação com a cobertura dos jogos do Campeonato Cearense de Futebol. “Já identificamos situações em que há risco na captação das imagens, por conta das brigas entre torcidas organizadas”, disse ele, destacando que os confrontos têm acontecido fora dos estádios.
Plantão nas manifestações
Os diretores do Sindjorce vão participar das manifestações. O objetivo é reportar qualquer tipo de violência e auxiliar os profissionais que estarão cobrindo os atos.
“Além de estarmos presentes no acompanhamento das coberturas de manifestações, a diretoria do Sindjorce acredita ser de grande importância uma resolução rápida dos problemas de violência que possam ocorrer contra jornalistas. Por isso cobramos da SSPDS que eventuais casos de violação dos direitos dos jornalistas sejam tratados com agilidade”, completa Samira.
Apoio jurídico
Em reunião de advogados progressistas na sede da CUT Ceará, realizada na noite de quinta-feira (17/03), o grupo disponibilizou suporte jurídico ao Sindjorce e à Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), em caso de violência contra a categoria. O Sindjorce foi representado pela diretora da Administração e Finanças, Déborah Lima.