Publicação lançada em Fortaleza integra curso de Comunicação e Direitos LGBTI+ do Sindjorce
“Temos o direito de ser iguais quando as diferenças nos inferiorizam. Temos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza”. A frase do professor português e doutor em sociologia do Direito Boaventura de Souza Santos, citada por Ítalo Alves, coordenador da Aliança Nacional LGBTI+ no Ceará, marca o lançamento do Manual de Comunicação LGBTI+ em Fortaleza. O evento, realizado na noite desta quarta-feira (13/06), lotou o auditório do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), com uma plateia formada por jornalistas de redações e assessorias, além de estudantes de Jornalismo e militantes dos movimentos sociais de direitos humanos da população LGBTI+.
O lançamento da publicação integra o programa do Curso “Comunicação e Direitos LGBTI+”, promovido pelo Sindjorce e pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), com o apoio da Aliança Nacional LGBTI+ e da rede GayLatino. Ontem, os alunos conheceram um pouco sobre a luta organizada do movimento LGBTI+ no Ceará e no Brasil, pelas falas de Alice Oliveira, uma das fundadoras do grupo Somos (primeiro grupo LGBT do país); Dário Bezerra, coordenador de Projetos Sociais do Grupo Resistência Asa Branca (GRAB), Dediane Souza, titular da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual da Prefeitura de Fortaleza e Téo Cândido, coordenador do Centro de Referência LGBT Janaína Dutra.
“A principal proposta dessa atividade, que faz parte das comemorações de 65 anos do Sindjorce, é qualificar os jornalistas e os futuros profissionais para uma produção jornalística verdadeiramente apontada para o respeito e a promoção dos Direitos Humanos, bem como garantir a função social da nossa atividade profissional”, disse a presidente do Sindjorce e 2ª tesoureira da FENAJ, Samira de Castro.
Coordenador do curso e representante do Núcleo LGBTI dos Jornalistas do Ceará, o secretário-geral do Sindjorce e diretor do Departamento de Educação e Aperfeiçoamento Profissional da FENAJ, Rafael Mesquita, reforçou o objetivo da formação é contribuir para a diminuição de preconceitos e estigmas e colaborar para um melhor entendimento de termos e conceitos da população LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais e de outras identidades de gênero e sexualidade).
Manual “em construção”
Ao apresentar o manual, Ítalo Alves destacou que a publicação é o resultado de um trabalho conjunto, com mais de 300 sugestões e colaborações de especialistas, militantes, ativistas, associados das organizações envolvidas, autoridades públicas, professores, estudantes e profissionais da comunicação. “Mas vocês não devem conceber o manual como uma bíblia, um produto acabado. Ao contrário, ele está sempre em construção”, frisou.
O conteúdo da publicação abrange definições e conceitos, algumas conquistas (marcos legais) das pessoas LBGTI+, termos a serem evitados (tanto pela mídia quanto pelos que se preocupam com a dignidade humana e o tratamento da população LGBTI+), algumas pautas, datas comemorativas (e seus significados), bandeiras e símbolos.



