Redação do O Povo fica vazia durante paralisação dos jornalistas

A redação do jornal O Povo, um dos mais antigos em circulação no Ceará, ficou vazia, nesta terça-feira, dia 17 de outubro, durante paralisação dos jornalistas. A categoria, que reivindica retomada das negociações com os patrões e reajuste salarial digno, parou por meia hora. Hoje (18/10), haverá nova atividade na porta da empresa, com paralisação de uma hora.

Com duas campanhas salariais em aberto (2016/2017 e 2017/2018), os trabalhadores do segmento de mídia eletrônica reivindicam dos donos dos jornais Diário do Nordeste, O Povo e O Estado uma nova proposta de reajuste salarial, uma vez que as empresas ofereceram, informalmente, 4% de reajuste para uma inflação de 9,32%, referente ao primeiro período, e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para o segundo, que fechou em 1,73%.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a proposta dos jornais de 4% de reajuste linear impõe uma perda salarial de R$ 112,16 no piso do segmento de mídia impressa. Por dia, representa um reajuste de R$ 2,66, que não paga sequer passagens de ida e volta no transporte coletivo de Fortaleza. 

Além de desmotivados pelas condições de trabalho, os jornalistas cearenses se sentem desvalorizados e desrespeitados, uma vez que o patronal passou meses para apresentar uma contraproposta e, quando o fez, desconsiderou totalmente a situação dos trabalhadores, que já haviam fechado um acordo abaixo da inflação na campanha passada, repetindo o que fizeram muitas categorias no Brasil.

Uma grande contradição é que as empresas jornalísticas pregam e cobram transparência, mas não apresentam seus balanços para a categoria. Apenas repetem, à exaustão, um discurso de crise. Além disso, jornais como O Povo organizam um prêmio às melhores empresas para trabalhar mas sequer passaria nos critérios que definem a premiação, pois não recolhe FGTS e não oferece benefícios aos trabalhadores, além dos que são convencionados com o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce).

Os jornais cearenses não têm política de cargos e salários, exploram a mão de obra estudantil – inclusive nos fins de semana, o que é proibido pela Lei do Estágio – e não se constrangem em pagar o terceiro menor rendimento médio mensal do Brasil aos jornalistas. Esse é o retorno que as empresas dão aos profissionais mais premiados do país, que levam um trabalho de excelência à sociedade, reconhecido inclusive internacionalmente.


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