Com os novos dados registrados no Sistema Mediador, do Ministério do Trabalho (MTb), o quadro dos reajustes salariais de 2018 apresenta significativa melhora diante do que foi publicado na última edição do Caderno de Negociações do departamento intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), principalmente em relação às negociações com data-base em abril e maio. Cerca de 81% das negociações referentes a abril e 86% relativas a maio conquistaram aumentos reais.
No acumulado do ano, 77% das negociações analisadas resultaram em ganhos reais nas datas-base. Quase 13% dos reajustes ficaram em patamares iguais à inflação e 10%, abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). A variação real média no ano foi de 0,92%.
Quanto aos pisos salariais, o maior valor foi de R$ 5.208,87 (5,46 salários mínimos), e o menor, equivalente a um salário mínimo. O valor médio dos pisos ficou em R$ 1.133,67
(1,19 salário mínimo). O mediano foi de R$ 1.060,00 (1,11 salário mínimo).
Greves
No primeiro trimestre deste ano, o Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG) do Dieese registrou 408 paralisações. A maior parte (53%) ocorreu na esfera pública, com destaque para os servidores das redes municipais de educação (58 greves) e saúde (30).
Entre as paralisações da esfera privada (46%), destacam-se as dos trabalhadores da saúde que atuam em hospitais e organizações sociais (37 greves) e as dos rodoviários do transporte coletivo urbano (32).
Cerca de 85% dessas greves tinham pelo menos um item defensivo nas pautas. O descumprimento de direitos garantidos em lei ou em convenção/acordo motivou 58% das paralisações.
Os atrasos no pagamento dos salários, das férias e do décimo terceiro responderam por 44% das greves realizadas até meados de março.
