O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) realizam, de 6 a 20 de setembro de 2019, as inscrições para o curso gratuito “Dandara dos Palmares – Gênero, Raça e Etnia na Comunicação”, projeto social que tem o objetivo de incentivar a formação de profissionais da comunicação para a temática de gênero, raça e etnia, com carga-horária de 80 horas/aula.
Com 50 vagas, a proposta do Curso é preparar jornalistas, publicitários, radialistas, relações públicas, comunicadores populares e estudantes de Jornalismo para a abordagem da dimensão de gênero e étnico-racial na sua atuação profissional, focando a promoção da igualdade de gênero, bem como da história e da cultura afro-brasileira e no combate ao racismo. A formação pretende promover a diversidade no Jornalismo, assim como na Comunicação.
Pelo menos 50% do público cursista deve ser formado por negros e negras, levando em consideração também a diversidade de gênero. Já 50% das vagas serão destinadas a jornalistas sindicalizados. De acordo com os realizadores, serão selecionados profissionais de todas as áreas, como veículos impressos, de rádio, televisão e internet, agências de publicidade, assessorias de comunicação e instituições sociais, assim como estudantes de graduação em Jornalismo e Comunicação Social.
Calendário do curso
O projeto é constituído de 10 encontros formativos, realizados duas vezes por semana, no mês de outubro de 2019, às terças-feiras e quintas-feiras, das 18h às 22h, iniciando no dia 1º de outubro. As aulas presenciais, num total de 50 horas/aula, oportunizarão a troca de experiências e metodologias, provocando a reflexão coletiva das questões de gênero e étnico-raciais.
O Curso conta, ainda, com om seminário final “Visibilidade com diversidade: recomendações para uma boa prática comunicativa”, para os cursistas e outros profissionais da comunicação do Estado. Nesta atividade, marcada para novembro, será realizada a certificação dos participantes.
Objetivos
O Curso acontecerá no âmbito das atividades da Década Internacional das e dos Afrodescendentes (2015-2024), quando a comunidade internacional reconhece que os povos afrodescendentes representam um grupo distinto cujos Direitos Humanos precisam ser promovidos e protegidos.
“Pretendemos levantar a discussão sobre os meios de comunicação e as interações sociais destes resultantes, a partir da discussão do lugar ocupado pelas identidades femininas e raciais na mídia nacional e local, apostando no aprofundamento do princípio constitucional de igualdade e cidadania no Brasil”, afirma o presidente do Sindjorce, Diretor de Mobilização e Negociação Salarial da FENAJ, Rafael Mesquita e um dos idealizadores do projeto.
A iniciativa também se propõe a colaborar com a desconstrução de discursos deturpadores sobre identidade de gênero, disseminar contribuições das mulheres e da população negra para a sociedade brasileira, sobretudo para profissionais da comunicação, contribuir, pelo caminho da ação educativa, para a erradicação dos efeitos das ações discriminatórias e criar condições para que as empresas, organizações e entidades produtoras de comunicação utilizem, de forma autônoma, a proposta desenvolvida pelo projeto.
“Necessitamos refletir sobre o sexismo, o machismo, a misoginia, o racismo e a LGBTIfobia, especialmente nos meios de comunicação, e o impacto nas relações de trabalho”, afirma Samira de Castro, diretora de Comunicação do Sindjorce, 2ª Vice-Presidenta da FENAJ e uma das idealizadoras da iniciativa. Para tanto, o curso oferecerá aos participantes a oportunidade de ampliar o conhecimento e a compreensão dos profissionais de comunicação sobre a história de luta das mulheres e dos/as afrodescendentes.
Quem foi Dandara dos Palmares
O Curso Dandara dos Palmares – Gênero, Raça e Etnia na Comunicação homenageia a liderança feminina negra que lutou contra o sistema escravocrata do século XVII e uma das principais comandantes do histórico Quilombo dos Palmares. Companheira de Zumbi, Dandara liderou as falanges femininas do exército negro palmarino. Uma mulher que não tinha limites quando estava em jogo a liberdade.
Dandara foi morta, com outros quilombolas, em 6 de fevereiro de 1694, após a destruição da Cerca Real dos Macacos, que fazia parte do Quilombo de Palmares, mas sua imagem segue viva e pode ser vista em cada pessoa que se identifica com suas origens, luta por igualdade, acredita em seus sonhos e “faz da insegurança sua força e do medo de morrer seu alimento, por isso me parece imagem justa para quem vive e canta no mal tempo” (Kleber Henrique – professor de história).
Em 27 de março deste ano, o Senado reconheceu Dandara dos Palmares e Luiza Mahin como Heroínas da Pátria, incluindo seus nomes no livro de Heróis e Heroínas da Pátria. O chamado “livro de aço” homenageia as lutadoras e lutadores fundamentais para a construção da história brasileira ao lado de Maria Felipa, Maria Quitéria, Zumbi dos Palmares e Luis Gama, dentre outros.
Inscrições
As inscrições serão realizadas em formulário eletrônico AQUI.
Fique atento ao prazo, que é até 20 de setembro. O resultado da seleção de inscritos, caso tenha inscritos acima do número de vagas, acontecerá no dia 23 de setembro.
