Sindjorce debate violência contra profissionais de imprensa em Audiência Pública na ALCE

Entidades criticaram, em audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira (26/08), os recentes casos assassinatos de profissionais da imprensa no Ceará.

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O Sindicato lembou que o Ceará é o estado do Nordeste onde mais profissionais foram agredidos em 2014.

O deputado Ferreira Aragão (PDT), requerente do debate, ressaltou que é preciso acabar com esse tipo de crimes, sob pena da situação se agravar ainda mais. Ele citou os nomes de sete profissionais da imprensa que foram assassinados nos últimos anos – cinco deles somente em 2015. Para o parlamentar, a liberdade tem que ser preservada e as denúncias fazem parte do trabalho dos profissionais de comunicação.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado José Ailton Brasil (PP), os profissionais de imprensa são fundamentais para a democracia por exercerem a fiscalização e a crítica. Segundo ele, se alguém se sentir caluniado ou difamado por um jornalista, deve buscar a reparação na Justiça.

O deputado Renato Roseno (Psol) avaliou que os crimes motivados por questões políticas deveriam estar passado. Para ele, os crimes contra radialistas no Interior do Ceará demonstram um grande retrocesso. O parlamentar também criticou as empresas de comunicação, por ainda não adotar padrões de segurança para os profissionais.

O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) e diretor de educação da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Rafael Mesquita, apresentou dados sobre violência contra trabalhadores da imprensa. Segundo ele, o Ceará é o estado do Nordeste onde mais profissionais foram agredidos em 2014, No País, ficou em terceiro lugar, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. Rafael Mesquita esclareceu que 48% das agressões partem de policiais e 12% de políticos.

Rafael também criticou outros tipos de violência que são impostas aos jornalistas em seu exercício profissional. Em alguns casos, o abuso é praticado pela própria empresa empregadora. “Em 2014, os jornalistas do Grupo de Comunicação O Povo tiveram seus direitos políticos violados com a implementação do Manual de Regras e Procedimentos das Eleições 2014. O documento proibia os profissionais de fazer uso do direito constitucional de manifestação ideológica fora do local de trabalho”, explicou.

O secretário-geral lembrou ainda da recente proibição do Sistema Verdes Mares, que vetou o ingresso em suas dependências de dirigentes sindicais, mesmo empregados da casa. Com isso, o Sindjorce fica impedido de acessar os veículos de comunicação do grupo: Diário do Nordeste, TV Verdes Mares, TV Diário e Rádio Verdes Mares.

Ao final de sua explanação, o representante do Sindjorce distribuiu o “Manual de Segurança para Jornalistas em Cobertura de Risco” e Relatório da Comissão da Verdade dos Jornalistas Cearenses. “Temos criados esforços em todas as vias, nos acordos coletivos de trabalho, na ação sindical, com a criação de manuais e documentos, nos solidarizando, através de notas, e fazendo um acompanhamento permanente deste tema, mas nossas ações esbarram na falta de iniciativa das empresas e do Poder Público”, finalizou Rafael.

O diretor Jurídico da Associação Cearense das Emissoras de Rádio e Televisão, Afro Lourenço, comentou que a violência demonstra a incapacidade de alguns políticos de debater os temas de forma democrática. Segundo ele, as emissoras também sofrem atentados. Porém, em nenhum momento respondeu sobre as agressões praticadas pelas empresas que representa.

Também estiveram presentes na audiência os deputados Sérgio Aguiar (Pros) e Ely Aguiar (PSDC); o representante do Comitê de Imprensa da Câmara dos Vereadores de Fortaleza, Alexandre Rangel; o representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Emanoel Alves Lima; o representante dos radialistas do Interior do estado, Júnior Gonçalves.

Participaram ainda do debate os representantes das prefeituras de Granja e Senador Sá, além dos vereadores de Martinópole, Raimundo Nonato Fontenele; da Secretaria da Segurança Pública do Ceará, tenente-coronel Fernando Rocha; da Associação da Imprensa do Sertão Central, Wanderley Barbosa; o presidente em exercício da Associação Profissional dos Cronistas Desportivos do Estado do Ceará, Nelson Oliveira; o representante do Sindicato dos Radialistas do Ceará, Dennis Luiz; e o representante da Associação Cearense dos Jornalistas do Ceará, João Ferreira.


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