O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vêm a público repudiar, de maneira veemente, a atuação agressiva e desnecessário da Polícia Militar do Ceará, atingindo jornalistas, defensores públicos, advogados, manifestantes e transeuntes, ao final de manifestação que acontecia na Avenida Beira Mar, em Fortaleza, na quarta-feira, 7 de setembro.
Segundo vídeos e fotos registrados por integrantes de coletivos de mídia livre e pela população, os policiais militares sem identificação visível chegaram de forma ostensiva quando os manifestantes já se dispersavam do ato político contra Michel Temer e por Diretas Já. A ação dos PMs gerou tumulto no calçadão. Quatro jornalistas que registravam a situação foram agredidos.

O jornalista Gabriel Gonçalves, do Coletivo Nigéria, foi atingido com um tiro de bala de borracha na perna, e o repórter fotográfico Matheus Dantas, do jornal O Povo, teve uma arma apontada para sua cabeça por um policial militar que ameaçou atirar caso ele fotografasse a prisão de um manifestante. Yargo Gurjão, do Nigéria, foi alvo de spray de pimenta e balas de borracha. Já Bruno Xavier, também do Nigéria, sofreu uma tentativa de atropelamento por um PM motorizado.
O Sindjorce e a FENAJ estão acompanhando as investigações sobre o caso, resguardando o direito ao livre exercício profissional dos jornalistas. O fato precisa ser investigado e os transgressores punidos pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (CGD). As entidades defendem um modelo de polícia desmilitarizada, que proteja os cidadãos e promova a segurança pública.
Para que episódios como esse não se repitam e que a liberdade de expressão e o direito ao livre exercício profissional dos Jornalistas e demais profissionais da mídia sejam respeitados, o Sindjorce reforça a necessidade de pactuar um Protocolo de Segurança com as forças policiais do Estado e as empresas de comunicação. A violência contra os jornalistas constituí um grave atentado à democracia.
Fortaleza, 8 de setembro de 2016