Sistema Verdes Mares demite pelo menos 20 profissionais da Comunicação

Reestruturação, readequação, convergência, integração. Eufemismos corporativos foram usados pela direção do Sistema Verdes Mares para justificar as demissões em massa de jornalistas, radialistas e outros trabalhadores no Diário do Nordeste, na TV Verdes Mares, na Rádio Verdes Mares e na TV Diário, ocorridas nesta quinta-feira (20/09). Em plena data-base do segmento de mídia impressa, pelo menos dez jornalistas do Diário foram dispensados sem justa causa. Desses, seis eram editores – profissionais com 15, 25 e 30 anos dedicados ao periódico da família Queiroz. Ao todo, 20 trabalhadores da comunicação foram desligados sem justa causa.

Os cortes nas redações causaram profunda indignação e comoção em toda a categoria dos jornalistas no Ceará por enviar o claro recado de que trabalhadores são materiais descartáveis na engrenagem do negócio da Comunicação. Ao mesmo tempo em que abdicaram de fazer Jornalismo, os donos da mídia continuam ávidos por mais lucros. Numa conta que não fecha, quem paga é o trabalhador e a trabalhadora. O critério para as demissões, ao que se evidencia pelo perfil da maioria dos desligados, foi dispensar os mais antigos da empresa e com maiores salários.

Aos jornalistas foi dito, no ato da dispensa, que “não se encaixavam no novo modelo de redação”. A outros, que “não havia espaço para todo mundo”. A explicação – fria, vaga e tecnicista – só demonstra o lamentável descaso do Sistema Verdes Mares com profissionais que dedicaram anos de suas vidas ao sustento e ao crescimento dos veículos do grupo. Entre os colegas dispensados estão profissionais mais premiados do Brasil e editores de cadernos considerados referência de qualidade no Jornalismo regional e nacional.

Além da frieza cruel ao tratar da dispensa de profissionais com lastro no jornalismo, a direção do Sistema Verdes Mares ainda promoveu um verdadeiro clima de terror em suas redações ao não comunicar os demais trabalhadores sobre os cortes – que também atingem outras áreas das empresas. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) repudiam as demissões imotivadas e coloca-se à disposição de todos os jornalistas dispensados.

A assessoria jurídica do Sindjorce está analisando possíveis irregularidades cometidas pelo grupo empresarial durante as demissões. Para além da solidariedade, a diretoria do Sindicato reforça que esse dia triste para o Jornalismo e para os jornalistas cearenses não passará despercebido, como queriam os donos da empresa ao tentarem até mesmo impedir que os trabalhadores fossem se despedir dos colegas nas redações. Aos que continuam empregados, o Sindjorce reforça a necessidade de união e participação ativa na luta contra a precarização da nossa profissão.

Fortaleza, 21 de setembro de 2018

Diretoria do Sindjorce

Diretoria da FENAJ


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1 COMENTÁRIO

  1. É REALMENTE ERA PRÁ PELO MENOS CONSIDERAÇÃO PELOS FUNCIONÁRIOS QUE AJUDARAM A MANTER O NOME DA EMPRESA AJUDADO A SER UMA EMPRESA DE RENOME NACIONAL, MÁS OS EMPRESÁRIOS NOVOS NÃO TEM CONSIDERAÇÃO POR COISA NENHUMA DUVIDO SE A DONA IOLANDA QUEIROZ FOSSE VIVA ELA COM CERTEZA NÃO TERIA DEMITIDO ESSE PESSOAL, POIS ESSES EMPRESÁRIOS NOVOS NÃO QUEREM SABER DE QUALIDADE QUER SABER É O VALOR QUE VAI PAGAR ELE QUER É ECONOMIZAR E A QUALIDADE QUE SE LASQUE. A ECONOMIA PARA ELES É MAIS IMPORTANTE.MUITAS VEZES ASSESSORADOS POR PESSOAS INCOMPETENTES IGUAIS A ELES.

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