“A representação da mulher na mídia” é o tema do 5º encontro do Curso Dandara dos Palmares

O Curso Dandara dos Palmares – Gênero, Raça e Etnia na Comunicação chega ao seu Passo 2 – Uma perspectiva de gênero na Comunicação. Iniciando a temática, a aula desta terça-feira (15/10) abordará “A representação da mulher na mídia”. As palestrantes são a secretária-geral do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), Luizete Vicente, e a Cacique Pequena, liderança da Tribo Jenipapo-Kanindé. O encontro inicia às 18h, no auditório do Sindjorce.

Para esta aula, a coordenação pedagógica do Curso Dandara dos palmares solicitou aos alunos que discorressem, em texto de pelo menos uma lauda, sobre a sub-representação e os direitos das mulheres negras (quem é essa mulher nesta sociedade e a perspectiva de representação?). O relato deve ser construído a partir da leitura do texto de Bell Hooks: “Olhares Negros – Raça e Representação” (Capítulo 4: “Vendendo uma buceta quente: representações da sexualidade da mulher negra no mercado cultural”).

Representatividade feminina na Comunicação

As estatísticas mostram que a equidade de gênero na mídia ainda é uma realidade distante. Embora as mulheres sejam maioria na população brasileira, estão menos presentes que os homens  nas notícias, nos anúncios, nos filmes e nas novelas. Quando se faz o recorte de raça e sexualidade, o abismo é ainda maior: negras e transexuais são ainda mais raras no quesito representatividade e visibilidade.

Estudo realizado em 2017 pela diretora de planejamento da agência Heads Propaganda, Carla Alzamora, aponta que, entre mais de três mil comerciais exibidos na tevê brasileira ao longo de uma semana em julho daquele ano, apenas 26% dos protagonistas eram mulheres. Entre essas personagens, 84% eram brancas e 62% tinham cabelo liso.

Outro levantamento, da Universidade de Cambridge, sobre as Olimpíadas do Rio de Janeiro, mostrou que 79% dos jornalistas que fizeram a cobertura eram homens. Constatou, ainda, que, quando se trata de atletas mulheres, aspectos da vida pessoal são mais exaltados que os méritos esportivos.

Por fim, uma investigação da estatística americana Amber Thomas demonstrou que, nos dez filmes de maior sucesso  em 2016, as atrizes foram responsáveis por apenas 27% das falas.

Perfil das palestrantes

Luizete Vicente da Silva – Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Comunicação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi professora substituta da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Jornalista da ONG Fábrica de Imagens – ações educativas em cidadania e gênero e correspondeste do site Correio Nagô no Ceará. Também foi coordenadora pedagógica do Projeto A Cor da Cultura e educadora popular no Programa de Qualificação Popular em Educação Popular em Saúde. Além de roteirista e diretora do curta-metragem Os Cabelos de Yami, financiado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (SECULT/CE). Atualmente é pesquisadora Capes pela UFC e faz parte do grupo de estudo Mídia, Política e Cultura. Desenvolve pesquisas nas áreas de mídias sociais, cidadania, políticas públicas e relações étnico-raciais.

Cacique Pequena – (Maria de Lourdes da Conceição Alves) é a primeira líder indígena feminina do Brasil. Sua história de vida se confunde com o movimento de organização dos índios Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz-CE. Em 1995, os índios Jenipapo-Kanindé estavam lutando por reconhecimento na Funai. O antigo cacique havia morrido há três anos e uma mulher se destacava no trabalho da Associação Comunitária de Trairrussú e na defesa da causa indígena. Foi o que levou a aldeia a escolher Pequena como sua representante máxima. Cacique Pequena é casada com Antônio Alves, com quem teve seus 16 filhos. Foi eleita, em outubro de 2015, Mestre da Cultura, título dado pelo edital Tesouros Vivos da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult).


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