Proprietários de emissoras de rádio e televisão do Ceará querem discutir ponto por ponto da nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Pelo menos, foi o que demonstrou a postura do preposto patronal, advogado Afro Lourenço, na quarta rodada de negociação da Campanha Salarial 2018 de Mídia Eletrônica, realizada na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/CE) no dia 3 de maio.
Tendo o índice de reajuste de piso, salários e demais cláusulas de repercussão financeira já definido desde 2017 (3,09%), o preposto patronal, mais uma vez, encontrou empecilhos para não fechar a nova CCT. Anteriormente, o advogado das empresas alegou discordância na cláusula que estabelece o pagamento das mensalidades dos associados ao Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), bem como com a redação da cláusula da Taxa Assistencial – a única que havia ficado pendente de acerto de redação.
Na última mediação, para surpresa do Sindjorce e do próprio mediador da SRTE, Afro Lourenço apresentou nova discordância. Desta vez, mencionou a Cláusula de Consciência, cujo texto diz: “Todo jornalista fica desobrigado de cumprir qualquer ordem superior que venha a contrariar o Código de Ética dos Jornalistas, em anexo”.
O secretário-geral do Sindjorce, Rafael Mesquita, que vem conduzindo as negociações pelo lado dos trabalhadores jornalistas, argumentou que as cláusulas em debate pelo patronato estão na CCT da categoria há mais de uma década.
“Não faz sentido retirar cláusulas que não trazem impacto financeiro algum para as empresas e, ao mesmo tempo, o preposto patronal vir, a cada reunião, querer rediscutir normas que estão pactuadas há décadas e nunca trouxeram problemas para nenhuma das partes. Além disso, causa extremo desconforto o fato de, quando já parecia estarem esgotadas as demandas a serem debatidas, os patrões reiniciarem o debate. Para nós, configura desrespeito ao processo de negociação coletiva”, comenta Rafael Mesquita.
Uma nova mediação ficou agendada para o dia 24 de maio, às 9h30, na SRTE.