O Ceará conta com 1.654 jornalistas empregados com carteira de trabalho assinada, alcançando a 8ª posição em número total de empregos formais da categoria, contabilizado entre os 26 Estados da Federação e mais o Distrito Federal. O dado é da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2017, a última disponível e divulgada a partir de informações fornecidas pelos próprios contratantes.
Ainda conforme o levantamento, entre 2016 e 2017, o Ceará apresentou um crescimento de 9,8% no número de empregos formais de jornalistas, passando de 1.508 para 1.654. Em todo o país, houve incremento de apenas 2,1% nas contratações de jornalistas com carteira assinada. Conforme a RAIS 2017, o Brasil possui 42.197 jornalistas socialmente protegidos pelos benefícios da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O maior mercado formal para a categoria é São Paulo, com 11.876 jornalistas contratados com carteira assinada. Em seguida, estão: Rio de Janeiro (4.120), Minas Gerais (2.940), Rio Grande do Sul (2.807), Distrito Federal (2.485), Paraná ( 2.106) e Santa Catarina (1.990). Desses, ao menos quatro apresentaram redução de postos entre 2016 e 2017: Minas gerais (-5,1%), São Paulo (-2,85), Rio de Janeiro (-2,0%) e Distrito Federal (-0,2%).
Os Estados com menor número de jornalistas empregados formalmente estão na Região Norte: Amapá (72 pessoas), Acre (104) e Roraima (160). No entanto, em todos eles, houve crescimento nas contratações com carteira assinada entre 2016 e 2017, com destaque para Amapá (12,5%) e Roraima (11,95%). Esse resultado pode ser influenciado pela baixa base de comparação.
Impactos da “reforma” trabalhista
A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) e segunda tesoureira da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Samira de Castro, acredita que esses números da RAIS 2017 não foram influenciados pela nefasta “reforma” trabalhista, advinda com a Lei Nº 13.467, que passou a vigorar no dia 11 de novembro de 2017. “Seguramente, os números da RAIS 2018, que serão divulgados em setembro de 2019, já trarão claramente os reflexos da destruição causada pelas alterações na CLT”, pontua.
Samira de Castro acrescenta que, desde 2018, a categoria vem sofrendo com os processo de demissão em massa praticado pelos principais grupos de comunicação do Estado, em função da chamada convergência de mídias, que integra as redações. “Infelizmente, as empresas dispensam os profissionais mais experientes e que, geralmente, recebem os maiores salários, para substituí-los, quando o fazem, por estagiários”.
Para quem permanece empregado, restam a sobrecarga de trabalho, a desvalorização salarial e os assédios. As situações de violações aos direitos dos jornalistas e a superexploração da mão de obra estudantil têm sido constantemente denunciadas pelo Sindjorce ao Ministério Público do Trabalho (MPT). “Os procedimentos abertos seguem em curso, mas orientamos a categoria a guardar todas as provas de descumprimento de direitos”, acrescenta.
Empregos formais – Profissionais de jornalismo | |||
Estados | 2017 | 2016 | Variação |
Amazonas | 930 | 597 | 55,8% |
Tocantins | 391 | 264 | 48,1% |
Sergipe | 458 | 343 | 33,5% |
Paraíba | 780 | 676 | 15,4% |
Mato Grosso | 717 | 623 | 15,1% |
Amapá | 72 | 64 | 12,5% |
Roraima | 160 | 143 | 11,9% |
Bahia | 1.355 | 1.229 | 10,3% |
Rio Grande do Norte | 523 | 475 | 10,1% |
Goiás | 992 | 901 | 10,1% |
Pernambuco | 1.400 | 1.274 | 9,9% |
Ceará | 1.654 | 1.508 | 9,7% |
Espírito Santo | 787 | 723 | 8,9% |
Piauí | 481 | 444 | 8,3% |
Pará | 1.106 | 1.030 | 7,4% |
Acre | 104 | 102 | 2,0% |
Santa Catarina | 1.990 | 1.958 | 1,6% |
Rio Grande do Sul | 2.807 | 2.781 | 0,9% |
Alagoas | 400 | 399 | 0,3% |
Paraná | 2.106 | 2.107 | 0,0% |
Distrito Federal | 2.485 | 2.489 | -0,2% |
Maranhão | 496 | 499 | -0,6% |
Rio de Janeiro | 4.120 | 4.204 | -2,0% |
São Paulo | 11.876 | 12.223 | -2,8% |
Minas Gerais | 2.940 | 3.098 | -5,1% |
Mato Grosso do Sul | 619 | 661 | -6,4% |
Rondônia | 448 | 513 | -12,7% |
Total | 42.197 | 41.328 | 2,1% |
Fonte: MTE / RAIS |