Dia 20 de março tem assembleias para deliberar sobre estado de greve nos jornais

Na última quarta-feira, dia 13 de março, a Campanha Salarial 2018/2019 de Jornais e Revistas chegou à oitava rodada de negociação com os patrões insistindo em retirar ou reduzir a maior parte dos direitos historicamente conquistados pelos jornalistas cearenses. Durante a mediação realizada na Superintendência Regional do Trabalho Emprego (SRTE/CE), o representante das empresas, Neto Medeiros, manteve o vergonhoso índice de reajuste de 1% e as propostas de fim da diária de viagem, do adicional por matéria paga e do adicional de fotos e ilustrações negociadas com outras empresas.

Também permaneceu na proposta das empresas a redução do auxílio-creche integral a 10% do piso, diminuição do adicional de chefia de 50% para 40%, redução das horas extras de 80% e 100% para 50%, mudança na cláusula que permite ao jornalista ter mais de um emprego, mudança na cláusula da reportagem especial e na da defesa judicial (jornalista arcar com custos dos processos por matérias).

Diante desse quadro, a Diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) convoca todos os profissionais que atuam em veículos impressos para deliberar sobre estado de greve. Duas assembleias serão realizadas na próxima quarta-feira, dia 20 de março: às 15h, na porta do jornal O Povo, e às 18h, no auditório do Sindicato. A presidente do Sindjorce e segunda tesoureira da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Samira de Castro, destaca que a participação de toda a categoria é fundamental para reverter essa quadro de extrema desvalorização.

“Passados sete meses da data-base do segmento e mais dois meses do envio da pauta ao patronal, o que vimos desde então foi uma completa falta de respeito com o trabalho dos jornalistas cearenses. A proposta de reajuste de 1% é absurda, se observarmos a inflação do período e os dois sucessivos achatamentos salariais ocorridos em 2016 e 2017. Mas o pior é a pressão para retirar direitos históricos da categoria, que não encontra precedentes nem na década de 2000, quando houve a crise internacional iniciada pelas hipotecas nos EUA, nem na atual realidade das empresas, pois praticamente todos os outros estados fecharam com a inflação e sem alteração nos direitos”, comenta Samira de Castro.

A inflação da data-base do segmento de mídia impressa foi de 3,64%.Para quem ganha o piso, o reajuste proposta representa uma perda do poder de compra salarial da ordem de R$ 682,08 em um ano. Como a data-base do segmento é 1º de setembro de 2018, essa perda real já é de R$ 341,04, tendo em vista que se passaram seis meses sem que os salários tenham sido reajustados. Na prática, a categoria está pagando para trabalhar.


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