No mesmo dia em que o Ato Institucional Nº 5 (AI-5) completa 48 anos de sua decretação pelo regime militar e também na data em que o Senado vota a Proposta de Emenda Constitucional 55 – a chamada PEC da Morte – que congela por 20 anos os gastos públicos, os jornalistas cearenses voltam às portas dos três jornais impressos sediados em Fortaleza para reivindicar reajuste salarial de 9,88% e valorização pelo seu trabalho.
Em campanha salarial encabeçada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), trabalhadores dos jornais Diário do Nordeste, O Povo e O Estado realizam nesta terça-feira (13), a partir de 15 horas, na Praça da Imprensa, mobilizações contra a proposta patronal de 5% de reajuste salarial. O índice sequer repõe a inflação do período da data-base de 1º de setembro de 2015.
As mobilizações resultam do calendário de estado de greve decretado pela categoria nos dias 7 e 8 de dezembro, em assembleias por local de trabalho, com votação unânime no Diário do Nordeste e no O Estado. No O Povo, houve apenas uma abstenção. Após a atividade na Praça da Imprensa, a categoria segue com a mobilização dos profissionais do jornal O Povo, às 16 horas, e do Estado, às 17 horas.
Na sexta-feira, dia 11 de novembro, os trabalhadores vestiram preto, na primeira atividade do estado de greve, que ficou conhecida como o Dia do Luto.
Além do calendário de mobilização, os jornalistas deliberaram pela instalação do estado de assembleia permanente, onde autorizam o sindicato a convocar assembleias a qualquer momento.
O estado de greve é uma situação que é aprovada pelos trabalhadores alertando aos patrões que a qualquer momento poderão deflagrar a greve. Quando uma categoria decide entrar em estado de greve, significa que ela vai iniciar os preparativos para intensificar sua mobilização e estratégias de resistência.