A convite do Farol Jornalismo e da Abraji, jornalistas e pesquisadores brasileiros projetam a profissão para o novo ano. A presidenta da FENAJ fala sobre o avanço da precarização e a necessidade de fortalecimento das entidades representativas da categoria.
Pela quinta vez, o Farol Jornalismo e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) convidam jornalistas e pesquisadores a refletir sobre o que espera o jornalismo no ano que se aproxima. Entre os nove profissionais convidados para escrever sobre a prática jornalística pós-pandemia, a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Maria José Braga, assina artigo intitulado “Retrocessos nas relações de trabalho podem comprometer ainda mais a qualidade do jornalismo em 2021”.
A pandemia mudou a forma como o jornalismo foi produzido ao longo de 2020. O isolamento ceifou um dos principais ativos da prática profissional: a observação in loco. Mas para além das dificuldades impostas à produção narrativa, o longo período de quarentena esvaziou redações e os jornalistas foram trabalhar em casa. O home office escancarou o conhecido processo de precarização da profissão, observa a presidenta da FENAJ. “Para que se mantenha e se intensifique a revalorização do jornalismo pelo público, ocorrida durante a pandemia, e para garantir a qualidade do jornalismo em 2021, é preciso valorizar o profissional jornalista”, escreve. O problema, diz ela, é que não há elementos que indiquem essa revalorização.
Segundo Maria José Braga, “após um ano exaustivo e de avanço da precarização, em 2021 devemos assistir ao fortalecimento das organizações profissionais como forma de garantir condições de trabalho dos jornalistas e a qualidade do seu produto”.