Live debate a situação das mulheres jornalistas após um ano de pandemia

Há um ano, o Brasil e o mundo mergulhavam na maior crise sanitária deste século, a pandemia de Covid-19. Concomitante ao contexto de crescimento massivo da desinformação, a situação na área da saúde mostrou a importância do trabalho das e dos jornalistas, resgatando parte da credibilidade da população nos veículos de comunicação. Ao mesmo tempo, impôs novas rotinas de trabalho com o chamado home office. Nesse contexto, as mulheres jornalistas passaram a acumular longas jornadas laborais, combinadas com trabalho de cuidado (com filhos, parentes etc.) e com os exaustivos afazeres domésticos.

Com o objetivo debater essa realidade, o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) realizam a live “Mulheres jornalistas e a pandemia: teletrabalho e saúde mental”. O evento online será no dia 30 de março (terça-feira), às 19h, com transmissão pela página do Sindjorce no Facebook e pelo canal da entidade no YouTube. A iniciativa faz parte do projeto “Mulher, Direitos e Mídia”, que o Sindjorce desenvolve sempre no mês de março, marcando o período de luta das mulheres.

As convidadas são a psicóloga Natália Alves, que é doutoranda em Psicologia pela Universidade de Fortaleza e estuda sobre sexismo e violência contra a mulher nas suas diversas faces; e a jornalista Samira de Castro, segunda vice-presidenta da FENAJ e diretora do Sindjorce. A mediação será feita pela secretária-geral do Sindjorce, Luizete Vicente, que também integra a Comissão Nacional de Mulheres da FENAJ.

Samira de Castro destaca que o jornalismo é uma profissão de maioria feminina. Cerca de 60% dos trabalhadores do jornalismo no país são mulheres. No entanto, ainda há uma série de desigualdades entre gêneros, nas empresas e redações, referentes a salários, cargos, eventos de assédio, etc. “Por isso, a importância do debate permanente sobre as condições de trabalho das mulheres jornalistas”, ressalta.

A segunda vice-presidenta da FENAJ relembra dados da pesquisa “Mães jornalistas e o contexto da pandemia”, realizada pela Federação, em agosto de 2020: 85,9% das mães jornalistas expuseram o quanto estavam se sentindo sobrecarregadas na pandemia. O levantamento apontou para um esgotamento destas profissionais e também ilustrou
o quanto a atividade de cuidado é quase que exclusiva das mulheres.

“A questão do aumento de carga horária e o fato de estarem sempre disponíveis para o trabalho como uma condição do home office, além do fato de realmente concentrarem o trabalho doméstico e o cuidado com os filhos, são evidenciados pela pesquisa. Com isso, mesmo compartilhando cuidados, estas mulheres se sentem sobrecarregadas com aulas online, alimentação e cuidados da casa”, pontua.

E um ano depois do início da pandemia, como estão as profissionais jornalistas? Quais os cuidados que devem ter com a saúde mental? Que tipos de violência devem estar sofrendo a partir do confinamento e da diluição do limite entre espaço de trabalho e vida particular? Essas e outras questões devem aparecer no debate.


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