Mídia Impressa: categoria rejeita reajuste abaixo da inflação e delibera por novas mobilizações

395261e8-9799-48e6-962b-578fcaa6543bDescaso, desrespeito e vergonhoso. Estas foram as palavras mais ouvidas  durante a Assembleia Geral Extraordinária realizada na sede do Sindicato dos Jornalistas (Sindjorce), na noite de 17 de novembro, para debater as campanhas salariais de mídia impressa. Os jornalistas empregados em jornais e revistas do Ceará recusaram, mais uma vez, a proposta vergonhosa de reajuste salarial de 5% que as empresas tentam impor à categoria. E por unanimidade também, os trabalhadores aprovaram a realização de uma nova semana de mobilização, com plenárias a serem realizadas nas portas dos jornais Diário do Nordeste, O Estado e O Povo.

As plenárias em frente às empresas de jornais e revistas iniciam pelo Diário do Nordeste, às 13 horas do dia 23 de novembro, na Praça da Imprensa. Também no dia 23, às 17 horas, será a vez do jornal O Estado. No dia 24, quinta-feira, às 16 horas, será a plenária do jornal O Povo, em frente ao periódico.

Ao explicar o que representa a proposta de reajuste salarial rebaixada oferecida pelos jornais, o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Reginaldo Aguiar, destacou que os 5% frente uma inflação de 9,88% impõem aos jornalistas uma perda salarial de 4,65%. “No fim do mês, isso se traduz em R$ 86,73 para quem ganha o piso do segmento, que hoje é de R$ 1.865,15”, disse.

A presidente do Sindjorce, Samira de Castro, apresentou estudo que mostra como estão as campanhas salariais dos jornalistas em todo o país. Ela lembrou que a categoria sofre nacionalmente com a imposição de um arrocho salarial, haja vista que a Associação Nacional de Jornais (ANJ) orientou os veículos a oferecerem, de forma articulada, entre zero e 6% de reajuste para os profissionais, para uma inflação, em diferentes datas-bases, que varia de 9% a 11%.

Categoria relata sobrecarga de trabalho

“Estamos sendo tratados com total desrespeito. Além de um reajuste que sequer cobre a inflação, os empresários simplesmente fazem de conta que nada está acontecendo. É muito descaso”, disse um jornalista, cujo nome será preservado.

“O que a gente vê hoje é tanta insatisfação que as pessoas estão pedindo demissão do emprego por não aguentar trabalhar sem reajuste e com sobrecarga, como nos plantões de fim de semana”, disse outra pessoa.

“Nosso plano de saúde foi reajustado em 16,87%, que já estão sendo descontados em duas parcelas, e não recebemos reajuste salarial. A situação é insustentável”, acrescentou outro colega.

Abaixo-assinado requer presença do Sindjorce

Entre as deliberações da categoria está a realização de um abaixo-assinado reforçando o apelo aos 9,88% e pedindo o imediato retorno do acesso do Sindjorce à redação do Diário do Nordeste, que tem sido vedado pela direção do jornal. A empresa incorre em prática antissindical ao impedir as visitas do sindicato há mais de um ano.

A realização de Semana de Mobilização inicia nesta sexta-feira, dia 18 de novembro, com envio de ofício aos patrões, comunicando o resultado desta assembleia, onde os trabalhadores voltam a afirmar a luta em busca da reposição salarial de 9,88%.

Na correspondência enviada ao Sindjornais, o Sindjorce dá prazo até 12 horas do dia 25 deste mês para que as empresas respondam o questionamento dos jornalistas de mídia impressa.

Consulta vai basear novas reivindicações

Sobre a Campanha Salarial 2016/2017, a assembleia deliberou que o Sindicato irá elaborar um questionário com as propostas para as reivindicações deste novo processo de negociação. A consulta aos jornalistas será aplicada nas plenárias de 23 e 24 de novembro.

 


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