Mídia Impressa: há 62 dias, patrões dão silêncio como resposta

Passados 62 dias do envio da pauta de reivindicações dos jornalistas empregados em jornais e revistas do Estado, os empresários de mídia impressa deram o silêncio absoluto como resposta à categoria. No ofício enviado ao presidente do sindicato patronal, Victor Chiddid, no dia 3 de maio, a Diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) solicitou o agendamento de reunião para início das negociações. Até o momento, o representante patronal permanece calado.

“Não temos um indicativo de data para reunião ou sequer uma contraproposta. O silêncio do patronato é um completo desrespeito aos jornalistas cearenses que, na campanha passada, cederam o máximo que podiam para fechar uma nova convenção, com atraso de um ano”, afirma a presidente do Sindjorce, Samira de Castro. Ela lembra que a próxima data-base, 1º de setembro de 2017, se aproxima, sem que as empresas manifestem interesse em negociar a anterior.

Os jornalistas reivindicaram 20,45% de reajuste salarial linear, que presenta a inflação de 9,62% da data-base 1º de setembro de 2016 somada às perdas salariais decorridas do reajuste de 7% que foi aplicado sobre os salários de janeiro de 2017. “Óbvio que estamos abertos a uma contraproposta, desde que ela leve em conta o quanto os trabalhadores já cederam na campanha anterior e dentro da razoabilidade do cenário, em que a maioria das categorias vem conquistando a reposição integral da inflação”, avalia Samira.

O resultado desse descaso patronal, que já vem desde a Campanha Salarial de 2015/2016, é o crescimento da insatisfação entre a categoria. “Há relatos de colegas deixando as redações para se dedicarem a outras atividades, pessoas vivendo sob estresse absurdo, casos de depressão e até desestruturação familiar, já que os jornalistas estão, a cada dia, com dificuldades de garantir o sustento das suas famílias”, comenta o secretário-geral do Sindjorce, Rafael Mesquita, que tem acompanhando os trabalhadores nas principais redações, durante a campanha de sindicalização nos locais de trabalho.

Apesar das situações adversas, a categoria tem buscado reagir, por meio de mobilizações e paralisações temporárias. Na campanha passada, o impasse só foi superado após a aprovação do Estado de Greve nas três redações de impresso e a realização de atos e assembleias nas portas das empresas. Nesta campanha, a categoria provou por unanimidade a participação na greve geral de 30 de junho, com atos no Diário do Nordeste e O Povo.

“Nesta quarta-feira, às 16 horas, haverá nova mobilização no jornal O Povo. Esperamos contar com a adesão de todos os profissionais das redações do grupo, que hoje lidera o sindicato patronal de mídia impressa”, afirma Rafael Mesquita. O dirigente sindical avalia como importante que os trabalhadores passem a cobrar uma resposta do patronato.


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