Mídia Impressa: Jornalistas reivindicam 20,45% de reajuste para reposição de perda salarial

Jornalistas do Diário do Nordeste escutam a fala do dirigente Rafael Mesquita em atividade realizada na porta da empresa no dia 3 de maio

Jornalistas empregados em jornais e revistas do Estado iniciaram a Campanha Salarial de Mídia Impressa 2016/2017, com data-base de 1º de setembro de 2016, reivindicando 20,45% de reajuste no piso e demais salários do segmento. O índice representa a recomposição das perdas salariais da campanha anterior, somado à reposição integral da inflação do período, que foi de 9,36%.

A pauta de reivindicações – unificada à de Mídia Eletrônica (com exceção do índice de reajuste) – inclui a ampliação da licença paternidade para 10 dias, a concessão de Vale Cultura no valor de R$ 50,00 e a Cláusula de Segurança, que prevê a criação de comissões nas redações para avaliar os riscos das reportagens. A minuta laboral foi enviada ao Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas (Sindjornais) no dia 3 de maio, oportunidade em que foi realizada uma atividade na porta do Diário do Nordeste, veículo de maior circulação no Ceará.

Na ocasião da entrega da pauta, os jornalistas do Diário iniciaram um abaixo assinado, a ser entregue ao superintendente do Sistema Verdes Mares, Edson Neto, solicitando a reposição das perdas mais a inflação, ou seja, os 20,45% de reajuste.

Até o momento, o Sindjornais não retornou com agendamento de encontro para início das negociações. Segundo a secretária da Acert, que cuida também das correspondências do sindicato patronal de impresso, os representantes das empresas realizaram uma reunião na semana passada. Ao encontrar o diretor do Sindjorce, Mirton Peixoto, o presidente do Sindjornais, Victor Chiddid, comentou informalmente que “a pedida estava muito alta” e que iria marcar uma reunião de negociação.

“Iremos tentar recuperar a perda que a categoria teve na última campanha salarial e defender que seja realizada também a reposição inflacionária pelo INPC de 9,36%. Sabemos que a negociação será novamente muito difícil, no entanto, não podemos aceitar que os patrões mantenham a mesma postura de não trabalhar com o reajuste segundo à inflação e de não aceitar propostas avancem nos direitos da categoria”, afirma a presidente do Sindjorce, Samira de Castro.

Na Campanha Salarial 2015/2016, a categoria fechou com reajuste linear de 7%, aplicado apenas em janeiro de 2017, com 5% de reajuste retroativo a 1º de setembro de 2015. A inflação do período foi de 9,88%. Foi acordado o pagamento do retroativo em quatro parcelas, com mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT/CE).

Jornalistas mobilizados

No dia 28 de abril, as duas maiores redações de Fortaleza pararam suas atividades para reivindicar  reajuste salarial decente e demonstrar que a categoria é contrária às propostas de reforma trabalhista e da previdência, que precarizam as relações de trabalho e a aposentadoria pública. No Diário do Nordeste, foi iniciada simbolicamente uma campanha de sindicalização contra a tentativa do governo de esvaziar o papel dos sindicatos. No jornal O Povo, foi deliberada a realização de seminários sobre os impactos da contrarreformas para os jornalistas.

“É preciso manter a luta contra a tentativa de arrocho salarial. As redações estão enxutas e com muitos estagiários fazendo o trabalho dos profissionais, ou seja, sendo explorados pelas empresas de comunicação, quando ali deveriam estar para complementar sua formação acadêmica”, avalia Samira de Castro.


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