Mídia Impressa: marcada mediação na SRTE dia 25 de setembro

Atendendo solicitação do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Ceará (SRTE/CE) agendou para segunda-feira, dia 25 de setembro, às 10h30, uma mediação da Campanha Salarial 2017/2018 de Jornais e Revistas. A categoria reivindica 12% de reajuste salarial para fechar não só esta, mas a campanha passada (2017/2018), que está em aberto. O último reajuste salarial foi concedido em janeiro de 2017.

De acordo com a presidente do Sindjorce, Samira de Castro, houve apenas um encontro entre o sindicato laboral e a assessoria jurídica do patronal (Sindjornais), no dia 19 de julho, quando a advogada explicou que os patrões estavam em silêncio 62 dias após a entrega da pauta de reivindicações por considerarem a reivindicação salarial dos jornalistas “uma afronta”. “A pedida de 20,45% de reajuste está muito alta. Esse índice inibe qualquer diálogo”, disse a advogada, em encontro ocorrido no seu escritório.

Samira explicou para a assessoria jurídica do Sindjornais, na ocasião, que a reivindicação foi aprovada pela categoria levando em conta a perda salarial da campanha anterior, fechada com índice de 7% e retroativo parcelado em cinco vezes. “A negociação começa com um índice que a categoria acha justo reivindicar, mas ele não significa que as empresas terão de concedê-lo”, lembrou a presidente do Sindjorce. Para ela, ficou claro que as empresas estavam apenas protelando o início das negociações.

Setenta e seis dias depois de receberam a pauta de reivindicações dos jornalistas, os proprietários de jornais e revistas do Estado romperam o silêncio absoluto e apresentaram uma contraproposta vergonhosa à categoria: 4% de reajuste salarial linear. A oferta foi feita por telefone, pela assessoria jurídica do Sindjornais. Desde então, atendendo a uma reivindicação da base, o Sindjorce tem solicitado a apresentação dessa contraproposta por escrito, mas até o momento não recebeu ofício ou qualquer outro documento do Sindjornais.

“Já cobramos o ofício diretamente ao presidente do sindicato patronal, Victor Chidid, que é empregado do jornal o Povo, bem como à assessoria jurídica do Sindjornais, mas sempre há respostas evasivas e um simples documento nunca chega, nem por e-mail, nem por protocolo”, comenta Samira de Castro. Vale destacar que, desde o envio da pauta de reivindicações, no dia 3 de maio de 2017, o Sindjorce solicita o início das reuniões de negociação, sem retorno. “O descaso com a categoria é gritante”, comenta.

Em paralelo, os jornalistas empregados em jornais e revistas recusaram a proposta patronal de 4% por duas ocasiões: uma assembleia e um plebiscito. Na última delas, foi deliberado pela categoria um reajuste de 12%, escalonado em três vezes (4%), para fechamento das duas campanhas salariais. O Sindjornais foi oficialmente comunicado no dia 2 de agosto. Até o momento, não houve resposta formal do patronato, apenas um contato de sua assessoria informando que estavam mantidos os 4% para  campanha passada, cuja inflação foi 9,32%, e o INPC para a campanha atual, que fechou em 1,28%.

“São muitas lacunas, tentativas clara de não negociar e uma total falta de respeito com os jornalistas cearenses”, resume o secretário-geral do Sindjorce, Rafael Mesquita. A SRTE solicita que, ao se fazer representar na mediação agendada, o  preposto ou procurador das empresas, deverá comparecer investido de poder decisório. Algo que, sabemos, não acontece há anos, pois o Sinjornais é um sindicato cartorário em que os dirigentes são empregados dos veículos de comunicação tanto quanto os jornalistas que reivindicam reajuste e condições dignas de trabalho.

Reajuste de R$ 2,66 por dia

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o reajuste proposto pelos jornais O Povo, Diário do Nordeste e O Estado que representa uma perda salarial de R$ 112,16 no piso salarial do segmento de mídia impressa, hoje em R$ 1.995,71. Além disso, os 4% são, nominalmente, R$ 79,82 no piso, ou seja, R$ 2,66 por dia.

“É inacreditável que os jornalistas do Ceará, sendo os mais premiados do Brasil, estejam submetidos a tanto desrespeito e a uma proposta vergonhosa como esta, que sequer tem justificativa financeira”, avalia Rafael Mesquita. O dirigente reforça que a categoria precisa se fazer respeitar e valorizar.

Rafael Mesquita lembra que os jornalistas cearenses têm o terceiro pior rendimento médio do país, situação que pode ser agravada, caso as empresas insistam em tentar impor arrocho salarial à categoria e não haja reação dos profissionais.


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