O mercado de trabalho formal dos profissionais de Jornalismo do Ceará conta com 1.969 empregados segundo os dados da última Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2015), analisados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com exclusividade para o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce). Do total de empregos com carteira assinada, 61,8% são mulheres e 38,2%, homens, enquanto que, nos outros estados do Nordeste a predominância é masculina.
Já a faixa etária predominante dentre os jornalistas empregados formalmente é a de 18 a 39 anos (64,3%). Destaque para as faixas etárias de 25 a 29 anos e de 30 a 39 anos, que representa, respectivamente 20,4% e 32,2% da base. Ou seja, o Ceará também segue o perfil nacional, com uma categoria profissional predominantemente feminina e jovem.
Os jornalistas profissionais possuem grau de escolaridade bem heterogêneo, sendo que 40,6% possuem o ensino superior completo, enquanto 41,04% têm apenas o ensino médio completo. Quanto ao nível de escolaridade, há uma equiparação entre homens e mulheres, com pequenas disparidades, como: as mulheres representam 60,8% (491) do total de trabalhadores com ensino médio completo e 61% (494) do total trabalhadores com ensino superior completo.
Outro dado que chama atenção na RAIS 2015 é o fato de apenas 1,8% dos jornalistas com carteira assinada terem mestrado. A juvenilização da categoria e o baixo poder aquisitivo podem ser fatores que explicam tão reduzido número de profissionais com nível de qualificação mais elevado. Os homens destacam-se com a maioria dos trabalhadores com mestrado, com cerca de 53% do total que apresentam este tipo de qualificação.
A remuneração média dos profissionais de jornalismo é bem diversificada, ficando Pernambuco com a maior remuneração média (de R$ 3.648,00), seguido pela Bahia (com R$ 3.079,00). A terceira posição no ranking, seguindo a lógica de tamanho da economia, deveria ser o Ceará. No entanto, o Estado ocupa a sétima colocação com remuneração média de R$ 2.377,00, ficando à frente apenas do Piauí (com R$ 2.198) e da Paraíba (de R$ 2.194,00). Ou seja, os jornalistas cearenses apresentam o terceiro menor rendimento médio mensal do Nordeste. Essa situação já foi pior: em 2012, o Estado ocupava a última posição.
“Quanto à remuneração, é preciso salientar que esse não é um caso isolado da categoria dos jornalistas”, explica o supervisor técnico do escritório do Dieese no Ceará, Reginaldo Aguiar. Segundo o economista, o rendimento do trabalho da população cearense tem se colocado como o segundo menor do Brasil, em todas as categorias profissionais. “O Estado apresenta mão de obra muito barata e extremamente vantajosa para o capital”, avalia.