Nota de Repúdio ao Presidente Jair Bolsonaro e de Solidariedade à colega Laurene Santos

As Comissões de Mulheres dos Sindicatos dos Jornalistas nos Estados do Pará (SinjorPA) e Ceará (Sindjorce), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, os Sindicatos dos Jornalistas do Tocantins (SindjorTO) e Paraná (SindijorPR), a Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa da OAB-PA, a Frente Feminista do Pará e o Coletivo Firminas de Jornalismo Independente e Feminista, entre outras entidades, REPUDIAM a conduta do Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO durante entrevista concedida em Guaratinguetá, SP, nesta segunda, 21 de junho de 2021.

Na ocasião, em uma cerimônia de formatura da Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), o presidente tirou a máscara de proteção contra a Covid-19, intimidou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo em São Paulo e mandou a profissional calar a boca.

É muito importante destacar que apesar do tratamento constrangedor ser uma marca da conduta do atual presidente, principalmente no trato com as mulheres, as entidades que assinam essa carta não vão jamais naturalizar que uma jornalista mulher, no exercício da sua profissão, seja constrangida dessa forma degradante e ofensiva. Laurene, assim como todas nós, sai de casa todos os dias pra trabalhar, exercer sua profissão com dignidade, e dessa forma sustentar sua família e pagar suas contas.

Laurene, cada uma de nós que subscrevemos essa nota somos SOLIDÁRIAS com você e nos sentimos constrangidas e indignadas junto com você nesse episódio LAMENTÁVEL. Nem você, nem nenhuma jornalista mulher merece ser tratada dessa forma no exercício da sua profissão, muito menos por um Presidente da República, servidor público que tem por obrigação servir o povo da melhor forma possível.

O tratamento humilhante contra mulheres é um importante elo de fortalecimento e manutenção da dinâmica patriarcal, que determina uma realidade de assédio físico, psicológico, moral, sexual e patrimonial, num país que é o quinto do mundo em número de feminicídios. Esse tipo de situação não pode, nem deve se repetir. É ofensivo e anacrônico.

Nesse sentido, por se tratar de um PRESIDENTE DA REPÚBLICA, as entidades signatárias dessa nota:

Consideram importante que O GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA emita nota ou pedido de desculpas nas redes próprias;

Consideram fundamental que O GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA realize um amplo programa de combate ao machismo entre os funcionários do Gabinete, para evitar que situações como essa voltem a se repetir.

Atenciosamente,

Comissão de Mulheres do SINJOR Pará

Comissão de Mulheres do Sindjorce

Comissão de Mulheres do Sinjorba

Sindicato dos Jornalistas do Paraná

Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná

Sindicato dos Jornalistas do Tocantins

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro

Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro

Sindicato de Jornalistas do Distrito Federal

Núcleo de Diversidade e Gênero do Sindjors

Coletivo de Mulheres Jornalistas do DF

Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa da OAB-PA

Rede Lume de Jornalistas independentes

Frente Feminista do Pará

Coletivo Firminas de Jornalismo Independente e Feminista

*Atualizada às 13:00 para inclusão de signatários

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