Não houve a reunião de mediação agendada para esta sexa-feira, dia 16 de dezembro, no Ministério Público do Trabalho (MPT). Os diretores do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), que já se encontravam no MPT, foram informados pela assessoria jurídica que os jornais Diário do Nordeste, O Povo e O Estado rejeitaram a proposta de reajuste formulada pelo procurador Gérson Marques para por um fim ao impasse da Campanha Salarial 2015/2016 de Mídia Impressa.
Por telefone, a assessoria jurídica do sindicato patronal conversou com o assessor jurídico do Sindjorce, advogado Carlos Chagas, afirmando que as empresas não aceitaram a proposta do MPT e, por isso, entenderam que não havia necessidade de participar da audiência de mediação. Foi informado, ainda, que os jornais resolveram antecipar 5% de reajuste salarial no contracheque de dezembro.
A proposta do procurador Gérson Marques era de reajuste de 9,88% nos salários dos jornalistas em dezembro de 2016, aplicando uma correção de 5% sobre retroativo de setembro de 2015 a novembro de 2016. O retroativo seria pagos em três parcelas, nos meses de fevereiro, março e abril de 2017.
Para a presidente do Sindjorce, Samira de Castro, a atitude patronal demonstra a total falta de respeito dos empregadores com a categoria. “É uma postura lamentável”, disse. Ela lembra que a categoria já abriu mão de cláusulas sociais e de ganho real, em nome de um acordo para fechar a CCT 2015/2016.
“É uma desumanidade o que estão fazendo com cerca de 250 jornalistas que trabalham nos jornais O Povo, Diário do Nordeste e O Estado. Somos pais e mães de família tentando negociar há 15 meses um reajuste salarial que nos reponha minimamente o poder de compra”, afirma Samira de Castro.
Kit de Natal e Caixinha de Desejos
Indiferentes aos apelos de seus funcionários, os jornais Diário do Nordeste e O Povo seguem com medidas paliativas, que aviltam ainda mais a categoria. Os jornalistas do Diário do Nordeste, por exemplo, foram surpreendidos com o anúncio que terão direito a um Kit de Natal, a ser entregue nesta sexta-feira, na garagem da empresa.
“Será um peru? Um chester? Ou um pernil”, perguntam os funcionários. O kit surpresa seria visto com muito mais generosidade se os donos do jornal de maior circulação no Estado respeitassem a necessidade mínima de manutenção do poder de compra da categoria.
No Jornal O Povo, durante uma confraternização organizada pelos próprios trabalhadores, abriram a “caixinha de desejos para 2017” e a maioria avassaladora era pedindo reajuste salarial digno. Os bilhetinhos eram lidos para toda redação, o que causou desconforto para a chefia.
Todos à Praça da Imprensa
A postura desrespeitosa das empresas reforça ainda mais a necessidade de unidade da categoria. Hoje, os jornalistas têm encontro marcado, às 18 horas, na Praça da Imprensa, quando acontece a programação “Natal Alegria na Praça”, promovida pelo Grupo Edson Queiroz. Haverá panfletagem sobre a campanha salarial, conforme deliberado pela categoria nas plenárias realizadas com os jornalistas das três redações de mídia impressa.
