Sindjorce lança campanha “Sem salários dignos, não há jornalismo que se possa chamar de essencial”

O Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) lança uma campanha pela valorização dos jornalistas, cujo trabalho é considerado essencial durante a pandemia de Covid-19. Com o mote “Sem salários dignos, não há jornalismo que se possa chamar de essencial”, as peças reforçam a necessidade do reconhecimento prático dessa essencialidade, por parte das empresas jornalísticas, a partir do fechamento das convenções coletivas de trabalho e da aplicação dos reajustes salariais atrasados há dois anos, tanto no segmento de impresso (jornais e revistas), quanto em mídia eletrônica (rádio, televisão, sites e portais).

Destinada à sociedade cearense, a ação de redes sociais destaca que os jornalistas estão sendo demandados ao extremo na cobertura da crise sanitária e, agora, no acompanhamento das eleições municipais. Tudo isso, com salários defasados em dois anos e recebendo, em média, 25% a menos nos contracheques, em função da Lei Nº 14.020/2020 (antiga MP 936, de 1º de abril), implantada pelas empresas de Comunicação no Ceará ainda em abril desse ano e prorrogada com base no último decreto presidencial.

“Desde a produção da notícia até sua publicação, são os operários e as operárias da notícia que efetivamente trabalham para levar informações credíveis aos leitores, ouvintes, telespectadores e internautas, sempre pautados pela verdade factual e pela ética”, afirma o presidente do Sindjorce e diretor de Mobilização da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Rafael Mesquita. Ele ressalta que, apesar das campanhas de marketing dos veículos de mídia, enaltecendo esse papel dos jornalistas profissionais no combate às fake news, a perda de massa salarial e o empobrecimento da categoria é visível.

“Somos essenciais, mas nossos salários são uma miséria”, reforça Samira de Castro,  diretora de Comunicação, Cultura e Eventos do Sindjorce e segunda vice-presidenta da  FENAJ. A partir dos dados informados ao Sindicato por um dos principais grupos de Comunicação do Estado, foi possível detectar que somente naquela redação, a perda salarial acumulada soma R$ 355,1 mil em seis meses, uma vez que a empresa não aplicou qualquer medida compensatória para os trabalhadores.

“É preciso que a sociedade conheça a nossa realidade de luta constante contra a precarização”, destaca Mesquita, acrescentando que os 202 trabalhadores impactados pelas medidas de redução salarial e suspensão contratual são apenas os números que de casos que chegaram ao conhecimento do Sindjorce. Ou seja, é possível que sejam dados subnotificados, uma vez que a legislação permite os aditivos dos contratos de forma individual.

“A nossa batalha, desde o começo da pandemia, foi mostrar aos empregadores que os jornalistas estão se arriscando diariamente para produzir informações sobre o coronavírus, sem que as empresas queiram sequer fornecer máscaras de proteção”, explica Mesquita. Ele recorda a atuação do Sindjorce para o afastamento dos trabalhadores com comorbidades das redações e pela adoção de medidas sanitárias nos locais de trabalho. “Chegamos, inclusive, a acionar o Ministério Público do Trabalho para garantir ambientes minimamente seguros para a categoria”.

O presidente do Sindjorce conclama a categoria a reproduzir as peças em suas redes sociais e, assim, mobilizar a sociedade. “Em tempos de extrema incerteza, o jornalismo profissional tem sido a arma mais eficaz no combate ao vírus e às desinformações alimentadas em torno da pandemia. Mas esse jornalismo é feito por trabalhadoras e trabalhadores que necessitam de salários dignos e condições de trabalho”, pontua.


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