Imediatamente após tomar conhecimento do registro de trabalhadores com suspeitas de adoecimento por Covid-19, o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) enviou ofício à direção do Grupo Cidade de Comunicação, na última terça-feira (2/03), solicitando a adoção de novas e urgentes medidas para mitigar a contaminação dos jornalistas no ambiente de trabalho.
“Há forte indicativo de que a empresa seja, neste momento, foco de transmissão da Covid-19”, alerta Rafael Mesquita, presidente do Sindjorce e diretor do Departamento de Mobilização da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).
Diante da grave situação, o Sindjorce orientou que a direção do Grupo Cidade libere todos os jornalistas de suas respectivas atividades nas dependências da empresa, para atender às recomendações das autoridades sanitárias e de saúde.
“De forma alternativa, os trabalhadores, desde que estejam assintomáticos, poderão executar suas funções em formato home office, cabendo à empresa dotar os meios necessários para tanto, como o fornecimento de equipamentos (celulares, computadores, etc.) e acesso à internet ou ressarcimento do uso de materiais e recursos do empregado”, diz o documento enviado à empresa.
“Entendemos que é necessário, ainda, montar infraestrutura que garanta toda segurança aos trabalhadores em que parte das atividades são exercidas exclusivamente nas dependências do grupo, como apresentadores e repórteres cinematográficos. Ainda assim, recomendamos que estes fiquem em salas separadas nos momentos de pré-produção, por exemplo, ou que realizem parte de suas ações de forma remota”, continua o ofício.
O Sindjorce recomenda, ainda, a higienização de equipamentos e ambientes de uso comum. Além disso, o Grupo Cidade precisa comunicar formalmente seus trabalhadores sobre a nova onda de contaminação. “É preciso que todos os funcionários que contraíram ou que suspeitam de estar com o vírus sejam comunicados de que precisam entrar em quarentena imediata e tomar as devidas medidas de contingência, segurança e saúde, inclusive para resguardar seus agrupamentos familiares”.
Rafael Mesquita acrescenta que o Sindjorce comunicou a situação ao Ministério Público do Trabalho do Ceará (MPT-CE) e à Secretaria Estadual de Saúde (SESA). “Temos feito esse tipo de procedimento desde o início da pandemia, incluindo atuação direta no Sistema Jangadeiro e Verdes Mares, ao longo de 2020. Entendendo que precisamos, neste momento, resguardar a vida dos operários e operárias da notícia”, pontua.