A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), por meio da sua Comissão de Mulheres, está construindo uma programação para marcar o Mês de Luta das Mulheres Jornalistas. Debates on-line, minicurso e oficinas irão compor a agenda de atividades a serem desenvolvidas ao longo de março deste ano, em parceria com os Sindicatos filiados.
Integrantes da Comissão de Mulheres da FENAJ reuniram-se no início de fevereiro para planejar as ações que devem ser realizadas em 2021, com destaque para a construção coletiva do 8 de Março da categoria. Na ocasião, a segunda vice-presidenta da Federação, Samira de Castro, apresentou um balanço das iniciativas efetivadas pelo grupo no ano passado.
“Além da defesa pública de mulheres jornalistas vítimas de machismo, sexismo e misoginia, realizamos uma ampla pesquisa sobre as condições de trabalho das jornalistas que são mães, num processo de escuta que evidenciou a necessidade de espaços de acolhimento para as profissionais da categoria”, comenta a dirigente.
A Comissão Mulheres da FENAJ conta com 20 integrantes, representando 19 Sindicatos de Jornalistas e abrangendo todas as regiões do país. A mais recente a compor o coletivo é a jornalista Helena Saria, indicada pelo Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjorpa), que acabou de criar sua comissão estadual.
8M Nacional
Conforme Samira de Castro, o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Março, vem ganhando cada vez mais destaque como momento de aglutinação de forças progressistas e feministas, desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma Roussef (PT), em 2016. E a FENAJ tem orientado os Sindicatos de Jornalistas a participarem das mobilizações da data em seus estados e municípios.
“Historicamente, as mulheres trabalhadoras têm sido grandes promotoras da resistência e da luta por direitos, por renda, em defesa da vida, e por mudanças efetivas na sociedade e no mundo do trabalho”, pontua a dirigente. Dessa maneira, a construção do Mês de Luta das Mulheres Jornalistas reforça o papel das integrantes da categoria nas discussões dos temas que afetam a classe trabalhadora, como a pandemia de Covid-19 e seus desdobramentos para as mulheres.
A FENAJ é uma das 80 entidades nacionais signatárias do manifesto “Mulheres na luta pela vida! Fora Bolsonaro, Vacina para toda população e Auxílio Emergencial já!“. “Este ano, em meio às crises sanitária, econômica e política, a centralidade da luta sindical e feminista tem sido evidenciar o genocídio promovido pelo governo de Jair Bolsonaro”, afirma Samira de Castro.
Programação das jornalistas
O Mês de Luta das Mulheres Jornalistas terá como tema central novamente “Lute como uma jornalista”. A proposta é que os Sindicatos promovam eventos, presenciais ou on-line, como rodas de conversa, de acolhimento e/ou autocuidado, webinários, lives, cursos, oficinas e tribunas do povo.
Cada Sindicato deverá realizar atividades e temas derivados que melhor se adequem à realidade local, com formato que respeite os decretos da pandemia de Covid-19. “Nosso objetivo é impulsionar o debate sobre as questões de gênero no movimento sindical dos jornalistas e sobre a perspectiva de gênero no Jornalismo brasileiro”, reforça a segunda vice-presidenta da FENAJ.
Até o momento, dois Sindicatos já fecharam suas programações. No dia 9 de março, das 19h às 20h30, o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (Sindjors) realiza a live “Mulheres e o sindicalismo”. O debate vai reunir as presidentas da FENAJ, Maria José Braga, e dos Sindicatos dos Jornalistas do país, com transmissão pelas páginas do Facebook da FENAJ e dos Sindicatos.
Já o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) fará uma live no 11 de março, às 21h, sobre saúde mental e direitos das jornalistas em um ano de pandemia e muito (tele)trabalho. As convidadas são a psicóloga Thiele Castro e a secretária geral da CUT-Rio, Ligia Deslandes. A live terá apresentação/mediação de Beth Costa, secretária-geral da FENAJ e diretora do sindicato anfitrião.