A aquisição de espaços publicitários (anúncios) nos veículos de comunicação cearenses movimentou de R$ 2,208 bilhões em 2017. O montante sinaliza estabilidade no mercado de Fortaleza, uma vez que, em igual período de 2016, a movimentação foi de R$ 2,885 bilhões. A informação é da Kantar IBOPE Media, que monitora o investimento bruto em publicidade em 41 praças espalhadas pelo Brasil.
O montante, que desconsidera descontos e negociações, joga por terra a propalada crise no setor de Comunicação que os sindicatos patronais de mídia impressa e eletrônica evocam no momento das negociações salariais. “A pesquisa mostra que Fortaleza é a sexta praça do país em volume de recursos movimentados com publicidade ao longo de 2017”, comenta a presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), Samira de Castro.
A Capital cearense perde para as praças de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Em contrapartida, o mercado publicitário local movimentou mais verba publicitária que Salvador, Recife, Brasília, Florianópolis, Belém, Goiânia, entre outras cidades. Os dados levam em conta os investimentos em anúncios de mídias em jornais impressos, revistas, rádios, tvs abertas, tvs fechadas, outdoors, entre outros meios.
Entre os mercados monitorados, São Paulo segue como líder, absorvendo ¼ de toda a verba destinada para compra de espaço publicitário. Ao lado de Rio de Janeiro e Belo Horizonte, os três maiores mercados são responsáveis por receber 38% de toda a verba de mídia do país. Quando considerada a origem da autorização da verba de mídia aplicada nestes mercados, 75% dos investimentos realizados em São Paulo foram de anunciantes que autorizaram a partir da capital.
Manaus e Fortaleza são outros mercados que possuem uma participação elevada de verba de mídia autorizada a partir de anunciantes locais. Na capital do Amazonas, 42% da verba de mídia monitorada no último ano foi autorizada a partir de anunciantes da própria cidade. Em Fortaleza, a participação de anunciantes locais nos investimentos realizados na praça foi de 41%.
“Este último dado do Kantar IBOPE Media evidencia que, se a economia cearense vai bem, seu impacto positivo é muito relevante para os anúncios nos veículos de mídia, uma vez que a ordem de investimento, em 41% das verbas, foi de anunciantes locais”, comenta Samira de Castro. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1% em 2017, o cearense teve alta de 1,87%, impactando também no faturamento das empresas de mídia com a venda de publicidade.
Resultado nacional
A compra de espaços em mídia nos meios e veículos aferidos pela Kantar IBOPE Media, baseados em seu preço de venda antes de qualquer redução resultante de descontos negociados, movimentou o equivalente a R$134 bilhões em valores publicitários brutos em 2017. Esse montante correspondeu a 3,2% de variação positiva em relação ao ano anterior, porém com a inflação atingindo este mesmo patamar, não se pode afirmar que o mercado de mídia cresceu.
Entretanto, a estabilidade vista com a compra de espaços em mídia em alguns meios no último ano pode ser considerada um fator positivo em tempos de recuperação econômica, já que em 2016 o resultado comparado a 2015 foi negativo. Para 2018, a expectativa é positiva. “Se considerarmos ainda os anos com realização de Copa do Mundo e de Eleições, a perspectiva de um resultado positivo para esse ano é grande”, diz o relatório do Kantar IBOPE Media.