Campanha Salarial Unificada é passo vital para o movimento sindical dos jornalistas, afirma presidenta da FENAJ

A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Maria José Braga, valorizou a iniciativa pioneira dos Sindicatos do Nordeste, em se unir em torno de uma pauta comum para promover a luta contra a precarização do trabalho jornalístico, mas também dar o exemplo para a categoria no restante do país. “O lançamento da Campanha Salarial Unificada 2022 é passo vital para o movimento sindical”, afirmou ela, durante a live de Lançamento da Campanha Salarial Unificada dos Jornalistas do Nordeste, no dia 15 de dezembro, transmitida pelo canal do Youtube da FENAJ.

“É muito bom para a Federação ver que, em meio a tantas demandas e dificuldades, os Sindicatos dos Jornalistas do Nordeste dão um passo além da contrarreforma trabalhista, além da crise econômica, política e sanitária que estamos vivendo, estão avançando”, disse.

Para Maria José, “os jornalistas precisam estar inseridos neste contexto de luta da classe trabalhadora, mesmo sendo trabalhadores intelectuais, continuamos sendo trabalhadores e, para avançarmos enquanto trabalhadores, precisamos estar juntos”.

Maria José observou que o Encontro Regional dos Jornalistas levantou questões locais importantes e ressaltou que a luta precisa ser ampliada. “Não é fácil sentar em frente dos representantes dos patrões que estão ali para achatar salários e garantir o aumento do lucro do patrão. Costumo dizer que cada jornalista deveria acompanhar pelo menos uma negociação salarial na vida para valorizar o seu sindicato e entender que cada centavo e cada conquista é adquirida com muito suor das pessoas que estão ali. Os dirigentes sindicais não podem garantir conquistas se não tiverem o engajamento da categoria. Por isso é importante que os jornalistas participem da luta, isso é o que aumenta a força de um sindicato”, afirmou.

A presidenta da FENAJ citou o exemplo recente dos jornalistas da EBC: “fizeram uma greve longa e forçaram a empresa, comandada por bolsonaristas, a conceder aumentos, terminar com assédios morais e garantir reajuste. A partir da união, podemos dizer que tivemos uma greve vitoriosa. A greve continua, mas em outras condições de negociação”.

Outro exemplo foram os jornalistas da área de impresso do Estado de São Paulo. “Com paralisações pontuais, mostraram para os patrões que os trabalhadores da comunicação não iriam mais aceitar serem tratados como trabalhadores dispensáveis, com rebaixamento tão grande de salário. Assim conquistaram o reajuste integral da inflação. Isso mostra que só a luta muda a vida. E precisamos fazer com que toda a categoria seja apoiadora da luta sindical”, explicou Maria José.

Presidentes de sindicatos destacam união

“Vivemos momentos muito difíceis com o enfraquecimento das redações. Esta união de forças é importante e vamos à luta”, afirmou o vice-presidente do Sindicado dos Jornalistas de Pernambuco (SinjoPE), Chico Carlos, na Live de Lançamento da Campanha Salarial Unificada dos Jornalistas do Nordeste.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor/Sergipe), Milton Alves Júnior, aproveitou a data de lançamento da Campanha Salarial Unificada dos Jornalistas do Nordeste para refletir sobre a realidade da luta por valorização dos jornalistas de Sergipe.

“Não há perspectiva de bom relacionamento com setor patronal, no que se refere à luta por direitos dos trabalhadores. Nos últimos dois anos, alegando problemas financeiros por causa da Covid, o setor patronal em Sergipe propôs reajuste zero e retirada de direitos dos trabalhadores. É uma luta difícil. Por isso, nos reunimos para lutar e fortalecer nossas bases para que tenhamos um diálogo melhor. No mínimo a base do INPC deve ser mantida. Para isso, precisamos de uma luta conjunta, com o apoio da FENAJ e CUT. Estaremos unidos contra os prejuízos provocados pelo setor patronal e para fortalecer nossa luta em 2022”, afirmou Milton.

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves, os sindicatos estão colocando tijolos a mais na construção das condições para reagir aos ataques à profissão. “A precarização do trabalho jornalístico e das relações com nossos contratantes caminha em marcha acelerada e só a unidade e ação coletiva da categoria vai conseguir frear este processo cruel e degradante, que atenta contra a dignidade profissional”, afirmou.

Para Moacy, foi dado um passo importante, mas, para continuar e crescer, esta planta precisa ser regada por todos os jornalistas. “Sozinhos, só os dirigentes sindicais não vão dar conta de levantar este movimento e por isso conclamo os colegas a se unirem em torno do Sinjorba para construirmos esta reação cidadã da categoria”, finalizou ele.

Assista ao Lançamento da Campanha Salarial Unificada 2022 dos Jornalistas do Nordeste

Com informações da Faxaju e do Sinjorba

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